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A pesquisa no Brasil e em SP (parte 3)

Este é o terceiro e último post complementar à minha reportagem “Produção científica no Brasil fica menos concentrada em SP”, publicada pela Folha anteontem (segunda-feira, 13.out), quando postei também o primeiro, “A pesquisa no Brasil e em SP (parte 1)”. Ontem publiquei o segundo post desta série, no qual apresentei os números correspondentes ao gráfico da quantidade de artigos científicos publicados de 1981 a 2013 pela Unesp, Unicamp e USP, comparando-os com a produção de todo o Brasil. Hoje, ao final deste texto estão os dados completos desse mesmo período referentes ao gráfico que mostra a evolução da qualidade dessas publicações.
Este é o terceiro e último post complementar à minha reportagem “Produção científica no Brasil fica menos concentrada em SP”, publicada pela Folha anteontem (segunda-feira, 13.out), quando postei também o primeiro, “A pesquisa no Brasil e em SP (parte 1)”.
Ontem publiquei o segundo post desta série, no qual apresentei os números correspondentes ao gráfico da quantidade de artigos científicos publicados de 1981 a 2013 pela Unesp, Unicamp e USP, comparando-os com a produção de todo o Brasil. Hoje, ao final deste texto estão os dados completos desse mesmo período referentes ao gráfico que mostra a evolução da qualidade dessas publicações.
Conversei hoje cedo por telefone com a professora Regina Pekelman Markus, secretária-geral da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e docente do Instituto de Biociências da USP, que ressaltou o aspecto positivo da desconcentração da produção científica no Estado de São Paulo. Segundo a pesquisadora, que atua nas áreas de neurofarmacologia e cronofarmacologia, a recente redução da participação das três universidades estaduais paulistas no âmbito da produção científica nacional também aconteceu em todo o Estado e foi
“(…) resultado do sucesso de São Paulo e também do Rio de Janeiro no esforço para colaborar com a consolidação grupos de pesquisa no Brasil fora de nossa região. Em números absolutos, todos crescemos. Não houve uma competição, mas um esforço nacional direcionado para centros que mostravam potencial para produzir ciência. Foi o sucesso da dispersão.”
A professora Regina destacou que além da Unesp, Unicamp e USP outras instituições de pesquisa paulistas também participaram desse movimento em diversos remos da pesquisa, que aconteceu principalmente desde as últimas décadas do século 20. Como exemplo em sua própria área, ela destacou a atuação do grupo liderado por José Ribeiro do Valle (1908-2000), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), na colaboração com a UFC (Universidade Federal do Ceará).
Outras áreas apontadas pela dirigente da SBPC nas quais foi muito intensa essa “colaboração Norte-sul” foram a física, a biofísica e a biologia, principalmente no campo da ecologia. Na verdade, o testemunho dessa pesquisadora se aplica à expansão de muitos outros campos da pesquisa científica.
Estagnação
Finalizando esta série, observo que essa expansão colaborou com a consolidação no país de novos pólos cuja produção científica vem crescendo não só em quantidade, mas também em qualidade, como mostrou o gráfico da reportagem apresentado novamente a seguir.
Infelizmente, apesar desses pólos de bom desempenho fora das três universidades estaduais paulistas, a média da qualidade do Brasil é a mesma de 2003, como mostra a tabela a seguir. Obviamente, se na média do país todo houve estagnação e alguns centros melhoraram, em outros a situação piorou.
Os dados tabulados pela Fapesp para a reportagem de anteontem e seu detalhamento nestes três posts são um ponto de partida para acompanhar essa evolução nos próximos anos.