Abaixo-assinado “Somos todos Carlini” já ultrapassa 21 mil assinaturas

A petição será encaminhada a todas as autoridades competentes, do Estado de São Paulo e do Brasil. A SBPC ressalta que a participação de todos é fundamental para que a Campanha tenha a força necessária, uma vez que este ato atinge não apenas o grande pesquisador Elisaldo Carlini, mas todos os cientistas brasileiros e ameaça a liberdade de pesquisa e de expressão no País

Em apenas três dias, a petição online “Somos Todos Carlini”, em defesa do cientista e professor emérito da Unifesp, Elisaldo Carlini, e pela liberdade de pesquisa científica no País, criada pela SBPC em 27 de fevereiro já recebeu mais de 21 mil assinaturas. O abaixo-assinado será encaminhado a todas as autoridades competentes, do Estado de São Paulo e do Brasil.

A SBPC ressalta que a participação de todos é fundamental para que a Campanha tenha a força necessária, uma vez que este ato atinge não apenas o grande pesquisador Elisaldo Carlini, mas todos os cientistas brasileiros e ameaça a liberdade de pesquisa e de expressão no País.

A petição traz o texto do manifesto que a SBPC, juntamente com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), divulgou no dia 23 de fevereiro. O documento repudia com veemência o fato de o renomado pesquisador ser alvo de um inquérito policial por organizar um simpósio sobre o uso terapêutico da maconha, em maio de 2017.

Aos 87 anos de idade, 62 anos dedicados à pesquisa, e com mais de 12 mil citações de seus trabalhos em artigos científicos de todo o mundo, o professor foi chamado para depor na polícia de São Paulo, na última quarta-feira, 21, para prestar depoimento sob a alegação de fazer apologia ao uso de drogas. Segundo o manifesto das entidades científicas, esta ação é “uma provocação cruel e vazia contra um cientista que dedicou toda sua vida à fronteira do conhecimento”.

O texto do abaixo-assinado ressalta que Carlini é um cientista premiado internacionalmente, por ter desenvolvido, ainda na década de 1970, pesquisas pioneiras que caracterizaram a ação anti-convulsivante da maconha. Suas descobertas permitiram a formulação de medicamentos utilizados em diversos países para tratar, eficazmente, doenças como epilepsia e esclerose múltipla.  “Acusar o Dr. Carlini de apologia às drogas equivale a criminalizar a inteligência e o conhecimento técnico-científico”, afirma a manifestação.

A petição é encabeçada pelos seguintes presidentes de honra da SBPC: Ennio Candotti, Francisco Mauro Salzano, Helena Bonciani Nader, Marco Antonio Raupp, Otávio Guilherme, Cardoso Alves Velho, Sergio Machado Rezende e Sérgio Mascarenhas de Oliveira.

A entidade conclama todos os sócios e sociedades científicas associadas, membros da comunidade científica e acadêmica, bem como a toda a sociedade, a acessar o documento da Campanha e assinar o manifesto. Para assinar, basta acessar este link e preencher um breve formulário, com nome e endereço de e-mail. Participe. Juntos, fazemos a diferença!

Jornal da Ciência