Bolsonaro diz que MEC estuda tirar dinheiro de áreas de humanas

Em nota, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) afirmou discordar das declarações porque “muitas carreiras e desenvolvimentos bem-sucedidos nas áreas tecnológicas não resultam simplesmente de conhecimento técnico”

O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta sexta-feira que o governo deve “descentralizar” recursos para áreas de humanas, como filosofia e sociologia, em universidades. Segundo ele, o objetivo é “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte”, como Veterinária, Engenharia e Medicina. A informação foi dada pelo Twitter.

A mensagem dizia ainda que a ideia é um plano do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, que recentemente criou uma conta na rede social. Em um segundo post, logo em seguida, o presidente afirmou que “a função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”. As declarações causaram indignação em grande parte da comunidade acadêmica.

Para o cientista social Simon Schwartzman, um corte de verbas em Humanas pode comprometer o desenvolvimento do País. “É um tipo de política retrógrada. Isso significa não entender o que são as Ciências Sociais”, afirma. “A pesquisa social aborda temas como desigualdade, pobreza, crescimento populacional, violência, etc. Se o País ficar sem isso, estará completamente desarmado para poder lidar com esses temas.”

Veja o texto na íntegra: O Estado de S. Paulo