CNPq comemora 70 anos e lança selo comemorativo

Em evento virtual, realizado na última sexta-feira, o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, destacou a importância da agência para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no País

ildeuO Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), realizou na última sexta-feira, 16 de abril, um evento em comemoração aos seus 70 anos. Os participantes da cerimônia destacaram a história da agência, responsável pelo fomento à pesquisa científica no País em todas as áreas do conhecimento, e sua importância para a ciência do País.

O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, ressaltou que o CNPq tem sido de importância decisiva para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no País e que estabeleceu a cara da pesquisa brasileira. Moreira também citou a interação que a agência tem com a SBPC, que ao longo dos anos apoiou as sociedades científicas e suas ações, como, por exemplo, as Reuniões Anuais da entidade. “É fundamental que o CNPq continue a cumprir a sua missão de apoiar pesquisa científica no Brasil e a aprimorá-la sempre. Para isto é absolutamente necessário que tenha recursos adequados, servidores suficientes e qualificados e com condições de trabalho. Devem ser apoiados os seus programas básicos e já exitosos, e para todas as áreas do conhecimento, como o Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), as bolsas de pós-graduação e para os pesquisadores, o Edital Universal, os projetos de pesquisa diversificados, os INCTs (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia), os periódicos científicos, e outros programas inovadores a serem criados. Um CNPq fortalecido terá um papel muito importante na recuperação do País, em meio a esta grave crise sanitária, econômica e social na qual estamos imersos. É só olhar o mundo inteiro para ver a importância da ciência e da pesquisa básica”, afirmou.

O presidente da SBPC disse ainda que espera que o CNPq possa exercer o seu papel fundamental para a ciência e para o País. “Vamos lutar juntos por isto. O CNPq pode contar com a SBPC e com a comunidade científica brasileira”, finalizou Moreira.

O presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, afirmou que o CNPq deve ser fortalecido no pós-pandemia, visto que terá papel fundamental na recuperação econômica do País. Davidovich lembrou, ainda, da função do CNPq na formação de redes de pesquisa no Brasil.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, também defendeu os investimentos em ciência e tecnologia como uma forma de vencer a crise da pandemia e retomar o crescimento econômico. O ministro também ressaltou o papel do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) em investimentos futuros em CT&I, após a liberação pelo Congresso Nacional.

“É importante lembrar que todos os países que hoje são desenvolvidos acreditaram e investiram na ciência de maneira estável ao longo de muitos anos, principalmente em momentos de crise. Recursos para ciência e tecnologia não são gastos, mas investimentos com retorno garantido. Nós temos grande expectativa pela liberação efetiva dos recursos do FNDCT, para que eles entrem no orçamento e possam ser usados para ajudar o País. São recursos que trazem resultados efetivos, vacinas nacionais, como a Versamune MCTI, testes, respiradores e na preparação do país para encarar outras pandemias. Tudo isso tem participação do CNPq”, afirmou.

Já o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, falou sobre a missão do Conselho no financiamento da pesquisa em todas as áreas do conhecimento; apoio a pesquisadores e criação de instituições voltadas a solução de problemas da sociedade. “O mundo nos mostra que é assim que se constrói uma sociedade mais justa e soberana, com o conhecimento científico, tecnológico e inovações. Há 70 anos o CNPq vem financiando a pesquisa científica e tecnológica, tendo contribuído para criar e consolidar uma comunidade científica com os institutos vinculados que aqui nasceram e muito nos orgulham”.

O evento teve o lançamento de um selo comemorativo dos Correios em alusão ao aniversário do CNPq e trouxe depoimentos de presidentes e diretores de instituições vinculadas ao MCTI parabenizando a instituição. Representantes de entidades científicas do País e servidores da casa também gravaram mensagens falando sobre a importância do conselho.

Na cerimônia, também foi lançado o livro Diagnóstico da Política de Qualidade de Vida no Trabalho, realização coletiva de servidores do Programa de Qualidade de Vida do CNPq com acadêmicos do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB). A publicação revela os resultados de três pesquisas sobre a qualidade de vida no trabalho, realizadas com servidores e colaboradores do CNPq em 2010, 2015 e 2019. O diagnóstico dos estudos permite a atualização contínua da política de qualidade de vida no trabalho no CNPq.

História

O CNPq foi fundado em 1951 pelo almirante Álvaro Alberto, então representante brasileiro na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). A Lei nº 1.310 de 15 de janeiro de 1951, que criou o CNPq, foi chamada por Álvaro Alberto de “Lei Áurea da pesquisa no Brasil”. No entanto, o marco inicial de criação do CNPq é tido como a data da instalação do seu Conselho Deliberativo, maior instância de poder decisório do órgão, em 17 de abril de 1951, durante sua primeira reunião.

Atualmente, o CNPq financia cerca de 80 mil bolsas de pesquisas nas mais diversas modalidades, além de pesquisas em todas áreas do conhecimento. Esse investimento assegura a presença de brasileiros em instituições estrangeiras relevantes e garante ao país soberania nacional, ao promover a presença de pesquisadores brasileiros em territórios estratégicos, como os arquipélagos e o continente Antártico.

Além disso, o CNPq possui o maior banco de currículos da América Latina – a Plataforma Lattes – e coordena trabalhos científicos de programas que têm impactos sociais, econômicos, ambientais e culturais importantes, como o PRONEX (Programa de Núcleos de Excelência), criado em 1996; o Proantar (Programa Antártico), estabelecido em 1991; o PELD (Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração), fundado em 1999; o Programa Arquipélago e Ilhas Oceânicas, criado em 2004; o Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), organizado em 2008; e o Programa Ciência sem Fronteiras, estabelecido em 2011.

Veja aqui a cerimônia completa.

Jornal da Ciência