Pesquisador discute impacto social da ciência

O valor/impacto social da ciência feita no Brasil precisa gerar resultados perceptíveis para a sociedade. A afirmação é do físico João Alziro Herz da Jornada, durante a conferência “O valor social da ciência”, durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece esta semana em Porto Seguro, na Bahia. Segundo Jornada, a sociedade precisa entender e discutir temas relacionados ao valor intrínseco da pesquisa científica para entender o papel fundamental da ciência para o desenvolvimento socioeconômico.

“O cidadão comum não quer saber de produção de papers. Ele quer saber como a pesquisa irá contribuir para o seu bem estar”, afirma o físico João Alziro Herz da Jornada, ex-presidente do Inmetro, em conferência na 68ª RA da SBPC

O valor/impacto social da ciência feita no Brasil precisa gerar resultados perceptíveis para a sociedade. A afirmação é do físico João Alziro Herz da Jornada, durante a conferência “O valor social da ciência”, durante a 68ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece esta semana em Porto Seguro, na Bahia. Segundo Jornada, a sociedade precisa entender e discutir temas relacionados ao valor intrínseco da pesquisa científica para entender o papel fundamental da ciência para o desenvolvimento socioeconômico.

Jornada, que também é ex-presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), disse que é preciso avaliar o impacto científico, fazer o que as ciências sociais fazem – que não é responder a uma questão em particular, mas ajudar a mudar a maneira como as pessoas pensam a respeito da questão. Ele também aponta que é necessário uma profunda mudança na maneira como o cidadão percebe a ciência diante dos problemas da sociedade e, também, como os cientistas se relacionam com eles. “É preciso mostrar para a sociedade como que a ciência pode produzir melhorias para ela, já que o cidadão comum quer saber como as pesquisas podem melhorar suas vidas. A sociedade precisa entender”, explica.

Segundo Jornada, o impacto social envolve ideias que afetam políticas públicas. O impacto econômico é relativo às ideias que criam empresas – as que aumentam a competitividade de empresas e aquelas que criam setores industriais.

Investimento

A percepção tem mudado, afirma Jornada, mas a preocupação passou a acontecer a partir da década de 1950 quando o governo começou a investir em ciência. “Como o governo passou a investir, é preciso ter uma prestação de contas”, explica. E completa, “o cidadão comum não quer saber de produção de papers. Ele quer saber o que a pesquisa irá contribuir para o seu bem estar”.

Quanto aos investimentos, Jornada observou que boa parte dos recursos vem do poder público, principalmente, quando se trata de pesquisa básica. “A pesquisa básica possibilita o avanço da ciência. E é lógico que a sociedade quer saber como e onde está sendo investido o dinheiro. É preciso prestar contas”, explica.

Quando se trata de pesquisa e desenvolvimento, ele observa que os Estados Unidos têm uma política que faz com que empresas invistam em pesquisas, o que não acontece aqui. “Isso faz com que a indústria americana seja mais competitiva e eleva o país a isso”, afirma ao lembrar que o Brasil ocupa a 70ª posição em ranking dos países mais inovadores do mundo, segundo o relatório do Global Innovation Index 2015.

Vivian Costa – Jornal da Ciência