Conselho do CNPq avalia situação em reunião

Ponto de grande preocupação foi a redução de 87% nas verbas para fomento à pesquisa no orçamento para 2020

A necessidade de recuperação do orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foi praticamente um consenso entre os participantes da reunião do Conselho Deliberativo (CD) do órgão. O tema dominou o encontro realizado em 18/9, em Brasília.

De acordo com a ata de convocação, a pauta era a aprovação da ata da reunião anterior, um informe sobre o processo de avaliação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs); atualização sobre a situação administrativa e financeira da agência e renovação do Conselho Administrativo.

Pelo relato da professora Regina Pekelmann Markus, uma das representantes da comunidade científica no conselho, o encontro foi aberto com uma exposição sobre o Orçamento do CNPq para 2020. Um ponto de destaque foi a redução de 87% nas verbas para fomento à pesquisa em comparação com este ano.

Para o sociólogo Sérgio França Adorno de Abreu, também representante da comunidade científica no CD, os dados informados causaram preocupação. “As bolsas são muito importantes, devem ser priorizadas, mas o fomento são os editais de pesquisa, são os incentivos para realizar pesquisas induzidas em áreas estratégicas de saúde, do meio ambiente, da qualidade de vida nas cidades na economia”, comentou.

Regina Pekelmann Markus frisou a necessidade do investimento em fomento e destacou a importância da participação das empresas, não apenas como colaboradores de forma direta nos processos de transformação de tecnologia e inovação, mas também como geradores dos impostos que permitem ao governo realimentar toda a cadeia.

“Ciência é uma das formas mais baratas de enriquecimento de uma nação, gerando um círculo virtuoso em que conhecimento pode ser transformado em cultura e também em tecnologia; esta gera inovação que é disseminada por empresas na forma de produtos e serviço”, declarou.

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Janes Rocha – Jornal da Ciência