É falso que estudo de 2005 tenha comprovado cura da infecção por coronavírus com cloroquina

Boato distorce estudo que identificou ação da droga contra vírus causador da Sars. A conclusão do estudo sugere que a droga tem efeito antiviral contra infecções causadas pelo vírus causador da Sars. Segundo Lucile Maria Floeter Winter, diretora da SBPC, o estudo mostra o primeiro passo no estudo de um medicamento

É falso que cientistas já soubessem desde 2005 sobre a eficácia da cloroquina no tratamento e prevenção da covid-19. Um boato tira de contexto um estudo sobre o SARS-CoV, agente infeccioso da mesma família do novo coronavírus. Postagens enganam ao não mencionar que a pesquisa havia sido feita apenas com células em laboratório, primeiro passo da testagem de medicamentos.

O Estadão Verifica checa conteúdos virais suspeitos sobre a pandemia causada pelo novo coronavírus, e uma das publicações com essa informação falsa foi visualizada 2.790 vezes no Instagram. “Bombástico! Todos os virologistas já sabiam. Artigo que saiu no Jornal de Virologia de 2005!”, diz a legenda. O boato traz a reprodução do título de um artigo científico publicado na revista científica britânica Virology Journal.

O estudo “Cloroquina é um potente inibidor da infecção e propagação de SARS coronavírus” de fato foi publicado na revista científica em 22 de agosto de 2005. A pesquisa foi conduzida com o então recém-descoberto coronavírus (SARS-CoV), causador da síndrome aguda respiratória grave (SARS, em inglês). Essa doença foi identificada em fevereiro de 2003, na China, e atingiu quatro países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Importante ressaltar que este vírus não é o mesmo que o novo coronavírus (SARS-CoV-2), causador da covid-19.

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