Jornal da Ciência impresso está de cara nova

A nova edição traz um panorama da situação da Saúde no País. O jornal destaca que, apesar de muitos avanços, as crises orçamentárias e políticas públicas sem visão estratégica podem comprometer o futuro do Brasil. O PDF da publicação está disponível em nosso site

No último ano, vimos o Brasil se destacar no cenário mundial na resposta da sua ciência à epidemia do vírus zika. Demos um salto nas pesquisas sobre o Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana, e também avançamos consideravelmente nosso conhecimento para a produção de vacinas.

Mas, apesar dos avanços, enfrentamos a falta da visão estratégica de nossos políticos, que, paulatinamente, aprovam medidas que vilipendiam nossas conquistas em ciência, tecnologia, inovação, educação e saúde.

Apesar de toda luta, de todas as manifestações da SBPC, em conjunto com a comunidade científica, o Governo anunciou no dia 30 de março um novo contingenciamento, que congelou 44% da verba para CT&I prevista para 2017. Um golpe profundo para o desenvolvimento do Brasil. Parar a produção de ciência tem impacto irreversível em nossa economia, em nossa sociedade, em nossa saúde.

Esta última foi à única área que não sofreu com o corte recente, mas só porque existe um mínimo de percentual do orçamento, determinado pela Constituição, que deve ser destinado à Saúde, e estamos já operando nesse limite

Nesta edição, vamos falar um pouco sobre como andam as nossas pesquisas nesta área. Os esforços para chegarmos a uma vacina da dengue, as novas políticas para conter a febre amarela, os avanços sobre estudos e políticas com relação à zika.

O professor de filosofia e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, comenta, na seção de artigos, a formação dos nossos médicos, e acredita que é necessário rever alguns pontos nas universidades de medicina do País, especialmente com relação a como a ética é trabalhada.

Também entrevistamos o nefrologista José Osmar Medina Pestana, que implantou no Brasil o maior programa de transplante de rim do mundo, no Hospital do Rim, em São Paulo. Seu exemplo mostra, como ele mesmo diz, que é possível ainda dobrar o número de transplantes no País, se corrigirmos a grande disparidade geográfica de captação de órgãos.

Trazendo um pouco dos argumentos contrários e favoráveis, procuramos fomentar ainda um debate sobre o PLS nº 200/15, que prevê criar o primeiro marco legal de pesquisa clínica com humanos. Tramitando há dois anos, e aprovada no Senado em fevereiro, a proposta encontra bastantes divergências entre especialistas da área de saúde.

Ainda nesta edição, destacamos o potencial dos nossos futuros cientistas, que brilharam na 15ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), realizada na capital paulista, em março. Contamos também as últimas novidades da nossa Reunião Regional no Cariri, que acontece agora em maio.

Compartilhamos aqui com vocês a realização de um grande sonho da SBPC. Após quase 13 anos de trabalho de reconstrução e preservação, inauguramos o Centro de Memória Amélia Império Hamburger. Agora temos um espaço para abrigar a história de quase 70 anos de nossa entidade e seu trabalho para o desenvolvimento científico nacional. Se não conhecermos nosso passado, não podemos viver o presente e planejar o futuro. E hoje, mais do que nunca, precisamos conhecer a importância da luta pela nossa ciência no Brasil.

E, por fim, como vocês poderão ver, o Jornal da Ciência está de cara nova. Contamos com o projeto gráfico e ilustrações de Matheus Vigliar, que traz uma publicação mais leve, moderna e fluente. Boa leitura.

O PDF do novo Jornal da Ciência está disponível a todos aqui.

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