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Leopoldo de Meis falece no Rio de Janeiro

Morreu ontem (7), no Rio de Janeiro, o cientista Leopoldo de Meis. Nascido no Egito, em 01/03/38, de Meis ainda criança veio para o Brasil, onde se naturalizou. Aos 18 anos ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade do Brasil, atual UFRJ, e graduou-se em 1961. Iniciou sua carreira científica como estudante de Medicina sob a orientação do dr. Walter Oswaldo Cruz. Foi professor titular de Bioquímica na UFRJ desde 1978, onde foi um dos fundados do atual Instituto de Bioquímica Médica que leva seu nome em uma justa homenagem. Há cerca de um ano, tornou-se Professor Emérito. Foi vencedor do prêmio Conrado Wessel, em 2008 e também agraciado com o prêmio Globo Faz a Diferença, do Jornal O Globo, em 2010.
Ele criou uma grande geração de cientistas e coordenou por muito anos uma rede de educação em ciência com colaboradores em todo o Brasil
Morreu ontem (7), no Rio de Janeiro, o cientista Leopoldo de Meis. Nascido no Egito, em 01/03/38, de Meis ainda criança veio para o Brasil, onde se naturalizou. Aos 18 anos ingressou na Faculdade de Medicina, da Universidade do Brasil, atual UFRJ, e graduou-se em 1961. Iniciou sua carreira científica como estudante de Medicina sob a orientação do dr. Walter Oswaldo Cruz. Foi professor titular de Bioquímica na UFRJ desde 1978, onde foi um dos fundados do atual Instituto de Bioquímica Médica que leva seu nome em uma justa homenagem. Há cerca de um ano, tornou-se Professor Emérito. Foi vencedor do prêmio Conrado Wessel, em 2008 e também agraciado com o prêmio Globo Faz a Diferença, do Jornal O Globo, em 2010.
 
Suas principais linhas de pesquisa versaram sobre mecanismos de transdução de energia em sistemas biológicos, transporte ativo de ions, acoplamento, transporte de ions, síntese e hidrólise de ATP. Nos últimos anos, dedicou boa parte de seu tempo à pesquisa na área de Educação para Ciência, despertando a vocação científica de muitos jovens de baixa renda, através dos cursos de férias que criou e manteve na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nestes cursos, fórmulas e decorebas eram abolidas e os participantes sempre foram convidados a pensar em seus próprios questionamentos e experimentos a partir de um tema pré-definido.
Foi membro da Academia Brasileira de Ciências, Honorário Nacional da Academia Nacional de Medicina e membro correspondente estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa. Pertenceu à Academia de Ciências do Terceiro Mundo e foi Titular Fundador da Academia de Ciências Latino Americana.
Além do Conrado Wessel e do prêmio Globo Faz a Diferença, recebeu outras distinções: Prêmio Glaxo Evans (1965), Prêmio LAFI (1978), Prêmio de Química, da Academia do Terceiro Mundo (Trieste, Itália – 1985), Diploma World Cultural Council (1986), Prêmio Oswaldo Cruz, da Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro (1988), N. Van Uden Award Lecture, da Universidade de Coimbra (1993), Doctor Honoris Causa, da Universidade de Louvain, Bélgica (1994), a Ordem Nacional do Mérito Científico, Classe Grã Cruz (1995) e a Ordem Nacional do Mérito Educativo (2000), entre muitos outros.
Publicou 205 trabalhos científicos em revistas internacionais e nacionais e é autor de 13 livros. Orientou 34 dissertações de mestrado e 37 de doutorado.
Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (1983 a 1984), participou do Conselho Diretor do CNPq e da Capes (1992 a 1994), e fez parte do Corpo Editorial de vários periódicos ao longo de toda sua carreira.
Por toda sua trajetória profissional, hoje a ciência brasileira está de luto. Ele deixa a companheira de muitos anos, a professora Vivian Rumjanek, quatro filhos e seis netos.

(Ascom Instituto de Bioquímica Médica UFRJ)