SBPC – 70 anos: Uma visão da ciência e do cientista brasileiro

 “Um dos pilares da SBPC é ser formada por cientistas de todas as matizes”, destaca Regina P. Markus, professora titular USP e conselheira da SBPC. A entidade comemora 70 anos de sua fundação neste domingo, dia 8 de julho, com atividades em várias capitais do País

Metade do século XX, no limiar de um novo tempo em que avanços do conhecimento passam a ser transferidos cada vez mais rapidamente para a sociedade. Energia, agricultura, saúde, comunicação, etc. As Universidades Brasileiras e os Institutos de Pesquisa organizados a partir da década de 1930 consolidam-se e há um grupo expressivo de sociedades científicas. É neste contexto que no período do pós-guerra surge a necessidade de criar espaços de encontro para discutir avanços científicos e gerar políticas de estado para permitir avanços seguros das diferentes áreas do conhecimento.

Um fórum para apresentar avanços do conhecimento e delinear políticas científicas torna-se necessário. Neste contexto surge a SBPC, vibrante ao longo de 70 anos, acompanhando a história do Brasil e como tudo que é bom e transformador, nunca foi uma unanimidade.

Muitos vão analisar os feitos da SBPC e colocar estes em relação aos mais diversos momentos nacionais. Neste curto depoimento gostaria de salientar que um dos pilares da SBPC é ser formada por cientistas de todas as matizes, das biológicas às sociais, da física e matemática à engenharia, das letras e artes, da complexidade da química à elegância da neurociência e, não poderia de destacar a Farmacologia. Dentre os vários presidentes da SBPC dois farmacologistas de renome, que fizeram avanços marcantes em suas áreas – Maurício Rocha e Silva e Sérgio Henrique Ferreira-, marcaram a história da SBPC.

Mas, como a SBPC pode abrigar forças político partidárias e ao mesmo tempo dar abertura para que os opostos se encontrem e juntos trabalhem? Preservar a Diversidade – neste caso a Humano-Diversidade. Uma fórmula que quase passa desapercebida é como deve ser eleita a diretoria. São formadas chapas, mas são eleitas pessoas. Assim, ao longo dos anos temos presenciado a colaboração entre os diferentes. Nem sempre tranquila, muitas vezes em alta temperatura, mas sempre com um alvo comum. Um local onde as ideias são testadas e contestadas. Uma Associação que faz jus ao seu nome – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

E vamos em frente para mais muitos múltiplos de 70!

Regina P. Markus é professora titular USP e conselheira da SBPC, onde foi membro de diferentes Diretorias – como Secretaria Geral, Tesoureira e Secretaria