SBPC lamenta a morte de Antonio Candido

Ele foi cremado no dia 13 de maio

A SBPC lamenta a perda do grande brasileiro e sociólogo Antonio Candido de Mello e Souza, que faleceu na madrugada desta sexta-feira (12) aos 98 anos em São Paulo. Nascido no Rio de Janeiro em 24 de julho de 1918, ele foi um dos intelectuais mais respeitados do Brasil. Ele era um dos sócios mais antigos da SBPC, desde 1953. Ele foi cremado no último sábado (13).

Intelectual de prestigio no panorama brasileiro, ele se posicionou politicamente até o fim da vida. Para a presidente da SBPC, Helena Nader, Antonio Candido era um modelo de cidadania, ética e luta pela justiça social  neste País. Para ela, ele morreu lutando por seus ideais.

Além de acadêmico – professor emérito da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) – Antonio Candido era crítico literário e ensaísta. Entre suas obras mais importantes estão Introdução ao Método Crítico de Silvio Romero (1944), Formação da Literatura Brasileira (1959) e Literatura e Sociedade (1965). Ele também foi vencedor de alguns dos mais importantes prêmios literários, como o Jabuti, o Juca Pato e o Camões.

Nota da família

No dia 12 de maio, a família de Antonio Candido distribuiu a seguinte nota a respeito de seu falecimento:

Antonio Candido (de Mello e Souza) morreu nesta madrugada de 12 de maio às 1h40 em decorrência de complicações ocasionadas por uma obstrução gástrica.

No princípio da vida intelectual foi crítico literário ativo, tendo se tornado professor muito cedo para atuar, sucessivamente, nas cadeiras de Sociologia e Teoria Literária da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde formou várias gerações numa atividade pedagógica continuada.

É autor de textos seminais sobre literatura como A dialética da malandragem e De cortiço a cortiço ambos publicados em O discurso e a cidade, seu livro de ensaios mais importante.

Para Antonio Candido a arte e a literatura respondem à necessidades profundas do ser humano. E foi sobre isso que ele refletiu em O direito à literatura, outro ensaio igualmente importante, em que defende a necessidade de estender a todos, sem distinção de classe, o acesso a este bem imaterial.

É autor, ainda, de dois clássicos, um na área da literatura – Formação da literatura brasileira: momentos decisivos –, outro na área da Sociologia – Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação de seus meios de vida.

Foi um socialista democrático convicto ao longo de toda a vida tendo integrado os quadros do Partido dos Trabalhadores desde o início.

Era viúvo de Gilda e Mello e Souza com quem teve três filhas, oito netos e cinco bisnetos.

Jornal da Ciência