SBPC leva ao governo moção em defesa das verbas para os institutos de pesquisa

A moção enviada hoje à Presidência da República, ao MCTIC, à Câmara e ao Senado foi aprovada em 20 de julho, durante a Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, por ocasião da 69ª Reunião Anual

A SBPC encaminhou nesta quarta-feira, 9 de julho, à Presidência da República, ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), à Câmara dos Deputados e ao Senado a moção que protesta contra a aplicação dos contingenciamentos aos atuais orçamentos dos Institutos de Pesquisa do MCTIC. O documento foi aprovado durante a Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, realizada no dia 20 de julho, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, por ocasião da 69ª Reunião Anual da SBPC.

Intitulada “Os 70 anos do Méson PI e os Institutos de Pesquisas do Brasil”, o documento alerta que os cortes de verbas dos institutos causarão danos irrecuperáveis a essas instituições estratégicas, “alijando o estado brasileiro de instrumentos essenciais para qualquer movimento”.

O texto da moção destaca a participação decisiva do físico brasileiro Cesar Lattes (1924-2005) na detecção, há 70 anos, do Méson PI (ou píon), partícula que mantém prótons e nêutrons unidos no núcleo dos átomos. Por esse feito, Lattes foi indicado sete vezes ao Prêmio Nobel de Física. E essa proeminência do cientista brasileiro foi o alicerce de um projeto de nação baseado na ciência, que resultou na criação dos órgãos e institutos fundamentais para o desenvolvimento científico e tecnológico do País. “Hoje, o Brasil conta com um número significativo de institutos dedicados à pesquisa científica e aos seus desdobramentos tecnológicos. São instituições estratégicas para atacar os desafios enfrentados pelo Estado brasileiro, dando a essas tarefas uma abordagem científica e tecnológica”, destaca o documento.

A moção alerta para a fragilidade da infraestrutura desses institutos no Brasil, que já contam com um número reduzido de cientistas e tecnologistas em seus quadros, com relação aos institutos internacionais, com a agravante de vagas não repostas por aposentadorias. Tal cenário é severamente impactado pela redução sistemática nos orçamentos ao longo dos últimos anos, que, conforme aponta a moção, os estrangulam a ponto de ameaçar sua existência.

Veja o documento na íntegra aqui.

Jornal da Ciência