A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas entrou em vigor 25 anos atrás, com a missão de engajar o mundo na conservação e no uso sustentável da biodiversidade global, mas ainda passa longe de estancar a hemorragia de espécies que assola o planeta, graças à ação do homem. Ainda assim, há motivos para comemorar hoje o Dia Internacional da Biodiversidade, especialmente no Brasil, diz o biólogo Bráulio Dias, da Universidade de Brasília (UnB), que durante cinco anos (2012-2017) foi secretário-executivo da CDB — o cargo máximo da política de biodiversidade no mundo.
O país está “bem na foto”, comparado a outras nações, afirma Dias, em entrevista ao Estado. Apesar das ameaças de retrocesso na legislação ambiental — com as propostas de flexibilização das leis de agrotóxicos e de licenciamento, por exemplo —, ele acredita que, no final, prevalecerão as prerrogativas constitucionais de proteção ao meio ambiente. “É muito difícil haver uma reversão completa desses avanços que temos tido na área ambiental”, afirma Dias. “Pode haver derrotas localizadas aqui e ali, mas à grosso modo o Congresso brasileiro não tem como reverter essa tendência de maior defesa do meio ambiente, que está consagrada na Constituição.”
Dias defende a nova Lei da Biodiversidade brasileira, critica algumas posturas da comunidade acadêmica e diz que não é hora de pressionar pela ratificação do Protocolo de Nagoya.
Leia o texto na íntegra: O Estado de S. Paulo