A ciência pode não oferecer a salvação, mas oferece a possibilidade das pessoas viverem livres do medo do desconhecido. Além disso, ela permite que o indivíduo tenha a autonomia de pensar por si mesmo e dá a liberdade da escolha informada. Com o objetivo de estimular o gosto dos jovens por essa disciplina e divulgar o saber cientifico para a sociedade, no dia 8 de julho, comemora-se o Dia Nacional da Ciência. Instituída pela Lei nº 10.221, de 18 de abril de 2001, a data também é uma homenagem à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), fundada em 8 de julho de 1948.
Os brasileiros acreditam na ciência. Porém, alguns indivíduos ainda possuem dificuldade em reconhecer, no dia a dia, aquilo que é produzido nos laboratórios – duas em cada três pessoas acreditam que a ciência tem pouco ou nenhum impacto no cotidiano. Essa afirmação foi comprovada na primeira edição do Índice Anual da Situação da Ciência, organizado pelo instituto norte-americano 3M em 14 países, entre junho e agosto de 2017.
Entretanto, de todos os países entrevistados, o Brasil foi o que mais apresentou otimismo em relação a ciência – 52% dos brasileiros gostariam de saber mais sobre o tema, um índice muito superior à média mundial (34%), inclusive entre os mais jovens. Os brasileiros também acreditam que essa área impulsiona a inovação e que o mundo é um lugar melhor graças aos avanços trazidos por ela.
Apesar de toda crença, os brasileiros não veem o país avançando na área. Para 74% dos entrevistados, o Brasil está ficando para trás em relação a ciência e para a maioria dos entrevistados – o equivalente a 42% – a causa disso é o financiamento inadequado para a pesquisa científica no país. Quando se trata de gênero, as mulheres são as menos envolvidas nessa área e acreditam que essa não é uma carreira propicia para elas.
Ronaldo Paesi, professor do curso pré-vestibular Me Salva! concorda que as pessoas se importam com a ciência. “Elas percebem que essa área transforma a sociedade e traz mais benefícios do que prejuízos”, avalia. Segundo ele, da mesma forma funciona em sala de aula. “É muito fácil fazer com que os alunos se interessem por essa disciplina, principalmente, quando utilizamos exemplos que fazem parte do nosso próprio cotidiano. O único problema, principalmente no ensino médio, é que os professores só se importam em passar o conteúdo e os estudantes em decorar para passar no vestibular”, explicou o professor.
Ronaldo leciona a disciplina desde 2014 e foi a sua facilidade em absorver os assuntos de ciência durante a escola que fez com que ele optasse por essa graduação. “Não tem como imaginar a sociedade sem o conhecimento científico. Nem consigo imaginar como seria a sociedade sem a ciência. Para o bem ou para o mal, ela revolucionou a forma como estudamos o mundo e produzimos conhecimento e esse conhecimento adquirido traz a revolução”, assegurou.