Currículo Lattes vai incluir períodos de licença maternidade e paternidade

CNPq vai oferecer preenchimento opcional para verificar impacto de filhos na carreira científica especialmente de mulheres

O currículo acadêmico Lattes vai permitir a inclusão da data de nascimento ou de adoção de filhos de pesquisadores após manifestações e estudos sobre o impacto da maternidade e paternidade na carreira de cientistas  —principalmente das mulheres. O dado ajudaria explicar uma queda na produtividade nesse período.

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), responsável pelo currículo Lattes, afirma que não há data exata para a mudança, mas ela dever estar disponível nos próximos meses.

As informações, que podem ser preenchidas tanto em currículos de mulheres quanto de homens, são opcionais e não estarão disponíveis ao público geral. A ideia inicial é que os dados sejam usados em estudos futuros sobre o impacto do nascimento e da adoção de filhos na produtividade de cientistas.

Fernanda Staniscuaski, coordenadora do Parent in Science, afirma que o sigilo do dado é relevante para as pesquisadoras não terem medo de informar a maternidade no currículo. “A primeira coisa que nos questionam é se não pode virar algo que prejudique caso as empresas tenham acesso. ‘Ela é mãe, eu não quero.”

Em 2018, partiu do movimento, que analisa a relação entre a maternidade e a ciência, a demanda para que a inclusão das informações de maternidade e paternidade entrasse no Lattes. A proposta foi apoiada por 34 entidades científicas, entre elas a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências).

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo