Educação é tema de debate em Manaus

Encontro reunirá professores de universidades públicas no MUSA do Largo São Sebastião, no Centro de Manaus, às 17 horas desta quarta-feira 12/6

Representantes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) no Amazonas promovem nesta quarta-feira (12/6) o “Conversatório Educação e Licenciaturas”, evento que vai reunir professores e especialistas em educação no MUSA do Largo São Sebastião, no Centro de Manaus, às 17 horas. Professores de nove unidades de universidades públicas que oferecem licenciaturas estão confirmados como palestrantes.

O objetivo é debater a situação e as políticas que norteiam os cursos de licenciatura no Estado. Sanderson C. S. Oliveira, professor do curso de Educação Escolar Indígena da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), explica que a motivação para o debate veio de recentes declarações do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendendo o fortalecimento do ensino superior particular, ao mesmo tempo em que critica e determina cortes orçamentários profundos em custeio, investimentos e bolsas de estudos nas universidades federais. No dia 6 de junho, Weintraub disse durante a abertura do 12º Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular, em Belo Horizonte (MG) que o governo pretende relaxar as regras de regulação de cursos e instituições privadas.

Oliveira destaca que a presença de universidades privadas já é forte no Estado e que, embora elas não tenham qualquer restrição legal para se instalar e operar, a maioria delas só oferece cursos de licenciatura à distância. “As instituições privadas não oferecem nenhum curso presencial de licenciatura no interior do Estado“, afirma.

Dados do e-Mec, o Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior do Ministério da Educação, mostram que o Amazonas tem 70 instituições de ensino superior que oferecem 612 licenciaturas. Do total de cursos de formação de professores, 330 são presenciais e 282 a distância (EAD), sendo a grande maioria dos cursos presenciais, mais de 87%, oferecidos pelas três instituições públicas, enquanto a quase totalidade da oferta das privadas é EAD.

Algumas licenciaturas como a de Artes Visuais e Sociologia só são encontradas em formato EAD nas privadas, enquanto um conjunto de cursos apenas é encontrado nas públicas. Um exemplo são os cursos de educação indígena, que servem à comunidade cuja maior concentração se encontra no Amazonas e só são oferecidos nas instituições públicas.

 

Janes Rocha – Jornal da Ciência