O ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) decidiu exonerar nesta sexta (2) o diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após críticas a dados sobre desmatamento considerados sensacionalistas pelo governo.
Pontes e Galvão se reuniram por cerca de duas horas na manhã desta sexta. Ao final, Galvão falou por três minutos a jornalistas.
Segundo ele, o motivo de sua exoneração foi porque seu discurso em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) criou constrangimento. Em entrevista à Folha no último dia 21, Galvão havia dito que até poderia ser demitido, mas que o instituto era cientificamente sólido o suficiente para resistir aos ataques do governo.
“Diante do fato, a maneira como eu me manifestei com relação ao presidente, criou-se um constrangimento que é insustentável. Então eu serei exonerado”, afirmou, nesta sexta, o diretor, que disse concordar com sua substituição.
Galvão afirmou que tinha preocupação de que suas críticas fossem respingar no Inpe. “Não vai acontecer”, ressaltou. Apesar de ter mandato de quatro anos com prazo para terminar no final do próximo ano, ele disse que no regimento do instituto está explícito que o ministro poderia, numa situação de perda de confiança, substituir o diretor do órgão.
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