A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) tem recebido semanalmente diversos depoimentos de professores, estudantes e pesquisadores de todo o País reforçando a importância da ciência brasileira na campanha “Ciência, pra que ciência”. Já são quase 160 vídeos publicados na playlist no canal SBPC, no YouTube. Lançada pela SBPC, a iniciativa convida todos os amigos da ciência a gravarem em vídeo um depoimento sobre como a ciência desenvolvida no Brasil, com financiamento público, é vital para o desenvolvimento e bem estar de toda a população.
À media que a crise no setor de CT&I se acirra, com risco iminente de extinção ou fusão das principais agências de fomento – Capes, CNPq e Finep – a comunidade científica tem buscado mais e mais apoio da população para sensibilizar e pressionar o governo a reverter esse quadro de desmonte e colocar ciência e educação como os pilares da retomada do crescimento do País. A participação na campanha é uma forma de envolver toda a sociedade na defesa da ciência brasileira.
O Instituto Oswaldo Cruz responde à questão da campanha “Ciência, pra que ciência?” com diversos exemplos: “É fácil dizer quando sua missão é responder essa mesma pergunta todos os dias nos últimos 119 anos: Ciência para a saúde pública. Para descoberta. Ciência para ouvir as perguntas do Brasil profundo e procurar respostas. Para enfrentar emergências. Para formar novas gerações de cientistas conscientes do seu papel social. Ciência para divertir. Para prevenir e promover saúde. Ciência para aliviar a dor. Para superar desigualdades. Ciência para uma vida melhor. Ciência feita por muitos para todos. Ciência para o que der e vier”, afirma a instituição. “Desde 1900 o IOC/Fiocruz é testemunha de que a mobilização da sociedade garante que a ciência cumpra seu compromisso com o futuro”, acrescenta no vídeo encaminhado à SBPC.
A doutoranda do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Susana Mota, ressalta, em seu depoimento para a campanha, que as bolsas de estudos foram importantes para sua formação. Ela explica que sua pesquisa tenta entender como que os peixes respondem às mudanças ambientais e como isso vai afetar o processo de consumo desses animais, como também o processo de preservação da biodiversidade. “Acredito que a manutenção dessas agências de fomento – CNPq, Capes, Fapeam – é muito importante para a gente conseguir manter esses estudos e entender melhor sobre a nossa biodiversidade e sobre os animais daqui da Amazônia”.
A bióloga Samara Souza, doutoranda também do Inpa, destaca que durante toda a sua formação contou com o incentivo das agências de fomento. “Essas bolsas de apoio são importantes uma vez que nós estudantes, seja de graduação ou pós-graduação, assinamos um termo de dedicação exclusiva ao programa, o que impossibilita que a gente trabalhe em outras áreas”, explica.
“As bolsas não somente são de suma importância para estimular que futuros pesquisadores façam ciência na Amazônia, como também são o sustento de diversas famílias. Várias pessoas que recebem essas bolsas utilizam delas como fonte primária de renda para elas e para suas famílias. Um doutorando não recebe FGTS, nem INSS, 13º salário ou férias. Quando você paga essa bolsa para os doutorandos, você está custeando bem menos e está bancando milhares de vidas no Brasil e na Amazônia”, declara Zehev Benzaken, também doutorando no Inpa.
Todo os vídeos estão disponíveis na TV SBPC, no YouTube, e nas redes sociais da SBPC (Facebook, Twitter e Instagram: @SBPCnet). Estudantes e pesquisadores, desde a iniciação científica até a pós-graduação, bolsistas e ex-bolsistas, profissionais de todas as áreas e todos os amigos da ciência estão convidados a participar da campanha e compartilhar suas histórias. Basta gravar um breve vídeo, com duração de 30 segundos a um minuto, acessar este link, preencher um breve formulário e seguir as instruções para carregá-lo. O depoimento pode ser gravado em celular mesmo, em alta definição, com o aparelho na horizontal. Participe e apoie a ciência brasileira!
Vivian Costa – Jornal da Ciência