Os avanços da pesquisa em alimentação, com foco na sustentabilidade e na fome oculta, serão abordados no Ciclo de Palestras Prêmio Péter Murányi, que ocorrerá no dia 26 de julho, a partir das 10h30, na 64ª Reunião Anual da SBPC – o maior evento científico do país – e contará com a apresentação das três pesquisas científicas que foram finalistas da 11ª edição do Prêmio Péter Murányi.
“São trabalhos que mostram alguns dos desafios da ciência na busca de soluções que aumentem a disponibilidade de alimentos de qualidade para a população e otimizem o uso dos recursos naturais”, afirma Vera Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi, que coordenará o Ciclo de Palestras.
“As pesquisas finalistas são inovadoras, têm aplicabilidade prática e contribuem para a melhoria da qualidade de vida das populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte do globo, especialmente a brasileira”, defende.
Um dos trabalhos que será apresentado é o da pesquisadora Teresa Losada Valle, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vencedora do Prêmio. Ela ganhou R$ 150 mil da Fundação Péter Murányi pelo desenvolvimento de uma variedade de mandioca de mesa, a IAC 576-70, que contém mais vitamina A e tem maior produtividade e resistência a doenças.
Por contribuir para a melhoria da qualidade da alimentação da população de baixa renda, essa variedade foi amplamente disseminada no Estado de São Paulo. Seu cultivo está sendo também expandido para Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Ainda nessa linha será apresentado o resultado de um trabalho feito pela Embrapa Agroindústria de Alimentos. Trata-se da BioFORT, rede de pesquisa que visa aumentar a quantidade de nutrientes de oito tipos de cultivos. Já foram lançadas variedades comerciais do arroz, do feijão, do feijão caupi, da batata e da mandioca, beneficiando milhares de produtores dos assentamentos de sem terra. Atualmente, a rede opera projetos-pilotos no Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Sergipe. A apresentação do trabalho será feita pelo pesquisador José Luiz Viana de Carvalho.
Na linha da sustentabilidade está outro trabalho desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Tecnologia de Alimentos da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Darcy Ribeiro, em Campos dos Goytacazes (RJ), que possibilitou o aproveitamento total da fruta do maracujá.
A casca e as sementes da fruta, que geralmente vão para a lata do lixo, são processadas por uma indústria do Estado do Rio de Janeiro, graças às pesquisas desse Laboratório. São transformadas em farinha e óleo, com grande potencial de utilização na indústria de cosméticos e de alimentos, inclusive para consumo direto na dieta das pessoas. Esse trabalho será apresentado pela pesquisadora Suelen Alvarenga Regis.
Serviço: o Ciclo de Palestras Prêmio Péter Murányi será realizado no dia 26 de julho, das 10h30 às 12h, no Centro Paulo Freire – Miniauditório – Sala 209 – Asa Sul da UFMA (Universidade Federal do Maranhão).