“Nosso investimento está aquém do que o País precisa”, diz Helena Nader
O Brasil precisa aumentar o investimento no conhecimento científico para assegurar o desenvolvimento nacional e conquistar a posição de 7ª maior economia do mundo, conforme o almejado internamente. A avaliação é da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, depois de participar na quarta-feira (29/01) da palestra proferida pelo biofísico alemão Erwin Neher, Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 1991, sob o título “Creating Knowledge: Research for Upcoming Generations” (Criação de Conhecimento: pesquisa para as gerações futuras).
A cerimônia foi realizada no Teatro Shopping Frei Caneca, na abertura da exposição científica multimídia “Túnel da Ciência Max Planck“, de responsabilidade da Sociedade Max Planck, que faz parte da temporada “Alemanha+Brasil”.
“A ciência e a tecnologia são peças-chave para o desenvolvimento de qualquer nação. Fico feliz porque o Brasil acordou para o chamamento mundial de que tem de investir mais. Pois nosso investimento ainda está aquém do que o Brasil precisa”, disse a presidente da SBPC, instituição que apoia a exposição alemã itinerante.
Helena concorda com Neher, para quem é preciso investir na ciência para progredir o conhecimento e, por tabela, a sociedade.
Investimento privado
Para assegurar o desenvolvimento nacional, Helena defendeu mais participação do setor privado nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “É isso que a China vem fazendo, o que fizeram os Estados Unidos e a Alemanha faz até hoje.”
De acordo com as últimas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), sobre investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a participação do setor privado é de 0,53% no Brasil, contra 1,08% na China.
Conforme Helena, a universidade brasileira vem fazendo sua parte na tentativa de alavancar o conhecimento científico. “A empresa tem de investir. A universidade já está formando e avançando no conhecimento.”
Desenvolvimento sustentável
Segundo a presidente da SBPC, a ciência torna-se cada vez mais importante e determinante para o desenvolvimento sustentável de qualquer país. “Sem Ciência não haverá desenvolvimento e nem tecnologias que não agridam a natureza.”
Apesar da dependência mundial por energia fóssil, Helena disse que a ciência vem tentando descobrir novas fontes de energias limpas que não agridam tanto o planeta. “É a Ciência que vai garantir a nossa longevidade.”
(Viviane Monteiro /Jornal da Ciência)