A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) inicia na tarde desta segunda-feira (6) as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil com a “Virada da Independência”. A série de atividades online, que contará com a participação das Sociedades Afiliadas e Secretarias Regionais da entidade e segue até o final da tarde do dia 7, estará disponível no portal da SBPC e no canal da entidade no Youtube.
O evento abordará questões como a ciência pode contribuir para a soberania e independência nacional e se o Brasil é um país soberano e independente. Dezenas de depoimentos, conferências, mesas-redondas, painéis e atividades culturais compõem a programação.
O programa contará com a participação de Sociedades Afiliadas, dentre elas, a Associação Nacional de História (Anpuh), Sociedade Brasileira de Física (SBF), Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC), Sociedade Brasileira de Entomologia (SBE), Sociedade Brasileira de Genética (SBG), Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (Anpof), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs) e Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós).
Para Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, a Virada da Independência tem como objetivo consagrar a celebração de algo tão importante que é a Independência. Ribeiro também afirma que será uma ótima oportunidade para deixar claro o papel da ciência, da tecnologia, da inovação, da educação, da cultura, da saúde, do meio ambiente e da inclusão social, que a SBPC defende e apoia, na construção de um Brasil independente e soberano.
O presidente da SBPC afirma que o evento é uma ocasião para olharmos para o passado, compreendermos o presente e pensarmos o futuro. “Nós queremos debater o assunto para torná-lo mais conhecido porque, para muitas pessoas, a ‘Independência’ foi simplesmente o ‘Grito do Ipiranga’, a independência de um país que já se chamava Brasil e que deixou apenas de ser colônia, quando não é verdade. Eram duas colônias – Brasil e Grão-Pará – que se uniram somente após essa independência. Sem contar que o Acre só foi incorporado ao Brasil quase 100 anos depois. Por isso, queremos mostrar a construção desse Brasil, resultado de várias batalhas nos mais diferentes lugares, como, por exemplo, a Batalha de Jenipapo (um dos confrontos mais sangrentos da Guerra da Independência do Brasil, em 13 de março de 1823 às margens do rio de mesmo nome na vila de Campo Maior, Piauí), as lutas na Bahia e todos os conflitos regenciais. Queremos também abrir uma discussão da construção desse país, dos problemas deixados e o que falta para nos tornarmos totalmente soberanos”, explica.
Veja alguns destaques da programação da Virada da Independência:
06/09 – 16h30
Mesa-redonda de abertura “Bicentenário da Independência: crises e recursos de enfrentamento” com a participação de Renato Janine Ribeiro (SBPC/USP), Sérgio Machado Rezende (UFPE), Paulo Artaxo (SBPC/USP), e Helena Nader (UNIFESP/SBPC)
07/09 – 10h00
Painel “A Imprensa deve ser independente do quê, para o Brasil ser soberano e independente?” com os jornalistas Luís Costa Pinto (de Pernambuco e Brasília), Juliana Monteiro (de Roma), Jamil Chade (de Genebra) e Eugênio Bucci (de SP)
07/09 – 15h30
Mesa-redonda de encerramento “Bicentenário da Independência e além: como fazer o Brasil caber no Estado Brasileiro?”
com Renato Janine Ribeiro (SBPC/USP), Hermes Zanetti (Ex-Deputado Constituinte), Luiz Davidovich (ABC), Evaldo Vilela (CNPq) e Maria de Lourdes Mollo (UnB)
Painel “Jovens Cientistas discutem como a Ciência pode contribuir para a Soberania e Independência Nacional” com Roberta Urban (UFSCar), Marilia Valli (USP-São Carlos) e Maria Goretti (UFF).
As atividades serão exibidas no canal da SBPC no Youtube.
A programação completa estará disponível no site da SBPC www.sbpcnet.org.br e nas redes sociais da entidade.
Confira as outras atividades:
Além da Virada da Independência promovida pela SBPC, a Associação Nacional de História (Anpuh) terá uma programação especial de 6 a 10 de setembro, que será transmitida pelo seu canal oficial no YouTube. Na segunda-feira, às 18h, será realizada a mesa-redonda “Independência, Independências: o que as Ciências Humanas têm a dizer sobre isso?”. Com mediação de seu presidente Valdei Araujo, a atividade contará com a participação de especialistas como Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, Andréa Slemian, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Luiz Carlos Villalta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na terça-feira (7), às 14h, a entidade realizará a mesa-redonda “Devemos falar em Independência(s)?”. No dia 8, às 18h, outra mesa-redonda discutirá o tema “As lutas sociais e as Independências”. No dia 9, também às 18h, será discutido o tema “As Independências e suas comemorações”. O evento encerra no dia 10, às 18h, com a mesa “Os usos políticos da Independência hoje”.
Na terça-feira (7), a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) realizará uma Sessão Conversa sobre Bicentenário da Independência e relação com a escola, como programação prévia de sua 40ª Reunião Nacional. Com transmissão aberta pelas redes da Anped a partir de 16h, a atividade terá a participação de Adriana Maria Paulo da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Alessandro Carvalho Bica, da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), e Rosa Fátima Chaloba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), com coordenação de Claudio Nunes, da Universidade Estadual Do Sudoeste Da Bahia (UESB).
Professores, pesquisadores, movimentos sociais também iniciarão as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil com o lançamento do projeto “Portal do Bicentenário”. Serão 26 horas de programação com mesas de debates sobre história, cultura e sociedade, além de atividades culturais e debate literário. Veja aqui a programação completa.
“Nós estamos vivendo um forte retrocesso de direitos. Isso nos remete à responsabilidade de iniciar já um debate que possa ocorrer de forma aprofundada, e não só 2022, em meio aos debates eleitorais, quando haverá um caldo tenso e intenso em meio à possibilidade de parir outro país ou, minimamente recuperar parte do que perdemos”, afirma Luciano Mendes, coordenador do projeto “Pensar a Educação, Pensar o Brasil”, e um dos integrantes da equipe do Portal do Bicentenário.
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