Comunidade científica se mobiliza contra corte na área de ciência e tecnologia

Protestos visam pressionar governo a liberar recursos retirados do MCTI após manobra do Ministério da Economia. Para Paulo Artaxo, professor da USP e vice-presidente da SBPC, áreas de CT&I e educação não são questões financeiras

A comunidade científica se mobilizou nessa terça-feira (26) contra corte de mais de R$ 600 milhões no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), após manobra do Ministério da Economia, informa reportagem do Jornal da Cultura, da TV Cultura.  Segundo a reportagem, a perda equivale a 90% da pasta e é vista como um apagão do setor.

A reportagempaulo-artaxo-jornal-da-cultura destaca os protestos em diversas cidades do Brasil, como, por exemplo, em São Paulo. O objetivo das manifestações é pressionar o governo a repor o orçamento. Ela informa ainda que os manifestantes querem ainda que sejam liberados R$ 2,7 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (FNDCT).

Segundo a matéria, desde 2015 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) vem sofrendo cortes no orçamento e que somados tiveram um corte de R$ 9,8 bilhões. “A gente vem de um movimento de diminuição de recursos da ciência e a valorização da carreira científica é fundamental para que a gente consiga jovens talentos formados para desenvolver ciência no Brasil”, afirma Flávia Calé, presidente da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG).

A reportagem repercutiu a fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que pediu mais investimentos da iniciativa privada em pesquisas, em um evento em Lisboa.

“Em nenhum país do mundo a iniciativa privada investe em pesquisas científicas fundamentais para o progresso de qualquer nação. Num país onde a política de ciência e tecnologia é determinada pelo Ministério da Economia é um país que está sendo tocado de uma maneira muito errada. Ciência, tecnologia e educação não são questões financeiras. São questões de estratégia para o futuro”, afirma Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

“A ciência é um investimento de longo prazo que requer uma visão de Brasil. O atual governo está matando o futuro dos nossos filhos e nossos netos”, disse Artaxo.

Veja a reportagem na íntegra: Jornal da Cultura/TV Cultura

Jornal da Ciência