Na última quinta-feira (16), a Anvisa aprovou que crianças de 5 a 11 anos recebam a vacina da Pfizer contra a Covid-19 no Brasil. A medida ainda precisa passar pela Câmara Técnica Assessora de Imunizações (CTAI) do Ministério da Saúde e, a partir desta quinta-feira (22), vai à consulta pública até o dia 2 de janero de 2022. No dia 4, haverá uma audiência pública e, no dia seguinte, a pasta anunciará a decisão final.
Mas o tema tem gerado polêmica nos últimos dias, sobretudo porque no último sábado (18) diretores e servidores da Anvisa foram ameaçados nas redes sociais por causa da possibilidade de autorização da vacinação dos pequenos.
Por meio de um ofício, a agência comentou que os episódios aumentaram a preocupação dos funcionários quanto a “sua integridade física e de suas famílias” e “geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento”. O texto pede uma apuração criminal e a proteção dos agentes públicos citados e seus parentes.
Medida apoiada por entidades médicas
Apesar de estar em debate no Brasil, evidências cientificas já apontam a vacinação para crianças como essencial no combate contra a pandemia de Covid-19. Em nota enviada à imprensa, a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) apoiam a medida.
As entidades lembram que, desde o início da pandemia, outras estratégias com base na ciência se mostraram efetivas, como o uso da máscara, o distanciamento físico e a vacinação rápida da população adulta. “Os bons resultados são evidentes para todos. Continua indispensável completar a vacinação de adultos e iniciar rapidamente a imunização de crianças e adolescentes”, dizem as organizações.