Mercado de carbono pode não resultar em redução de emissões

Reportagem da nova edição do Jornal da Ciência Especial traz análise dos resultados e perspectivas da COP26 realizada em 2021

Os acordos que resultaram da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), da qual participaram cerca de 200 países, foram limitados no objetivo maior destas reuniões que é limitar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e conter o aquecimento global em 1,5 graus Celsius (°C).

Um dos principais avanços foi que, pela primeira vez, uma declaração no contexto da Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) mencionou “combustíveis fósseis” como um problema a ser combatido e recomendou a redução gradual do “uso ineficiente” dessa fonte de energia. Outro foi a regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, que disciplina os termos do novo mercado global de carbono.

Para Daniel Vargas, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador de Pesquisa do FGV Agro, o mercado de carbono é parte do projeto de integrar as demandas econômicas com as expectativas e necessidades ambientais. É uma das ferramentas, ao lado da bioeconomia, a tributação de carbono (adotada pela África do Sul) e a tributação na fronteira de produtos originados do desmatamento, como a que está em fase de implementação na Europa.

Já o físico Paulo Artaxo, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), acredita que o mercado de carbono — no formato em que tem sido apresentado — é uma mera operação do mercado financeiro. “É só uma nova opção de negócio, mas de jeito nenhum isso significa um ganho ambiental para o planeta, com redução de emissões efetiva”, afirma.

Leia a reportagem completa na nova edição do Jornal da Ciência Especial, disponível gratuitamente para download em PDF.

Janes Rocha – Jornal da Ciência