Nesta semana foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco e celebrado em 11 de fevereiro. É uma iniciativa que busca valorizar as mulheres produtoras de conhecimento e incentivar que as jovens estudantes iniciem e continuem suas jornadas nas universidades e demais centros de pesquisa.
É uma grande homenagem às mulheres, que cada vez mais estão se destacando no Planeta, mas já brilham há anos como verdadeiras chefes dos lares e cada vez mais estão presentes no comando das empresas e na política. Ontem mesmo, quando o mundo dos esportes se voltou para a final do Mundial de Clubes de futebol, o poder feminino se fez presente: tanto o brasileiro Palmeiras quanto o inglês Chelsea têm mulheres em suas presidências.
No campo da pesquisa e meio do meio acadêmico, no Brasil, elas são maioria: correspondem a 54,2% de um total de 395.870 matriculados em mestrados e doutorados. Entre os contemplados por bolsas de estudo pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), elas somam 58%.
O destaque às mulheres no campo científico tem sido tão significativo que a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) tem dedicado a elas um prêmio especial. Nesta sexta-feira, inclusive, foram entregues as honrarias da 3ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher. Desta vez, a premiação foi dada à categoria Mulheres cientistas, dedicada a pesquisadoras de instituições nacionais que tenham prestado relevantes contribuições à ciência e à gestão científica, além de terem realizado ações em prol da ciência e da tecnologia nacional. Cada vencedora recebeu um troféu e um prêmio de R$ 10 mil.
O Prêmio recebeu indicações de 35 sociedades afiliadas à SBPC. Do total de indicadas, 11 foram na área de humanidades, 11 na área de biológicas e saúde e 13 de engenharias, exatas e ciência da Terra. Das 35 sociedades afiliadas que indicaram, 16 contam com presidentes mulheres.
É uma iniciativa que merece ser divulgada. Como também merece atenção e debate sobre o quanto o Brasil ainda precisa evoluir na proteção às mulheres em geral. Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia de Covid, segundo pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. A porcentagem representa estabilidade em relação à última pesquisa, de 2019, quando 27,4% afirmaram ter sofrido alguma agressão. Não se pode esquecer ainda que as mulheres ainda ganham, em média, menos que os homens em uma mesma função. Que o Brasil evolua e seja mais justo.