Jaqueline Goes de Jesus, biomédica. Anna Canavarro Benite, química. Sonia Guimarães, física. Sueli Carneiro, filósofa. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, educadora.
Essas mulheres têm em comum o destaque que obtiveram em suas carreiras nas ciências, todas elas reconhecidas e premiadas. E também o fato de serem negras.
Isso faz muita diferença em um país com o passado e o presente racista estrutural como o Brasil, no qual os afrodescendentes partem de uma significativa desvantagem em relação aos demais grupos étnicos da população.
Mas a pedagoga Nilma Lino Gomes está segura de que isso está mudando e cita aquelas mulheres como exemplo de que a presença da mulher negra na ciência começa a ser mais notada. “Tenho muita esperança e expectativa que a política de ação afirmativa por meio das cotas raciais esteja possibilitando a construção e a preparação de outras mulheres e jovens mulheres negras que vão seguir carreira científica em nosso país”, afirmou.
Professora titular e emérita da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ex-Ministra da Mulher, da Igualdade Racial e Direitos Humanos (2015–2016), referência na pesquisa e na luta antirracista e pelas ações afirmativas, Gomes também é uma vencedora em sua área, a Educação. Ela teve seu trabalho reconhecido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) este ano, ao conceder-lhe o prêmio Carolina Bori Ciência e Mulher na área Humanidades.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Ciência, Nilma Lino Gomes fala dos desafios da Educação após dois anos de pandemia, faz um balanço dos dez anos da Lei de Cotas e traça perspectivas para os grupos com histórico de desigualdades, exclusão e discriminação, em especial as mulheres e meninas negras, na educação e nas ciências.
Baixe o seu exemplar e boa leitura!
Janes Rocha – Jornal da Ciência