Modernismo, 100 anos depois

Reportagem da nova edição da revista Ciência & Cultura mostra que antropofagia marginal continua ecoando nas periferias

WhatsApp Image 2022-07-11 at 10.00.38O enfoque do modernismo se manteve por muito tempo na Semana de 22 e em São Paulo. Porém, pesquisas recentes vêm mostrando a importância de tudo o que o grande evento paulistano acabou deixando de fora. Isso é o que mostra a reportagem especial da nova edição da revista Ciência & Cultura: A semana de Arte Moderna e o Século Modernista — Extensões.

Esses estudos apontam quem as relações entre centro e periferia eram mais complexas do que se pensava e que autores considerados de menor importância também tiveram participação significativa no desenvolvimento do modernismo no Brasil. Além disso, apontam que o cenário artístico acompanhou as mudanças que aconteciam no mundo e o movimento modernista persistiu — ou melhor, se adaptou, deglutindo todas as novas informações e influências e criando um novo movimento. O Novo Modernismo, como passou a ser chamado, é uma movimentação que coloca a negação das regras academicistas ainda em maior evidência, além de incluir em seu escopo a criação periférica.

Se foi a elite paulista que realizou a Semana de 22, hoje é o inverso. É a periferia que está dando a direção da cena artística, com personalidades negras, indígenas, LGBTQIA+, asiáticas e mulheres promovendo o debate. Através da arte, esses artistas criticam o conflito dos espaços urbanos socialmente excluídos e oprimidos, que, portanto, os mantém afastados dos centros artísticos. Desta forma, colocam em evidência todos os que estão “à margem”, que são ouvidos por outros que também estão marginalizados e anunciam sua arte independentemente de classe social, raça ou opção sexual. Assim, constroem seus próprios espaços, e concretizam o que os primeiros modernistas apenas idealizaram.

“Agora que estamos passando por uma revalorização das culturas ameríndias e afrodiaspóricas, e sobretudo agora que artistas indígenas e negres estão produzindo suas próprias narrativas sobre o que é pertencer a uma tradição nacional ou regional, é possível, sim, dizer que ainda há fôlego para a antropofagia”, afirma Pedro Meira Monteiro, professor de Espanhol e Português na Princeton University.

Leia a reportagem completa em:

https://revistacienciaecultura.org.br/?p=2402