Com ciência, temos um futuro possível!

"A educação é o pilar fundamental para estabelecer uma política de Estado que combata a desigualdade", escreve Francilene Garcia, diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em artigo para a Folha de S. Paulo

Ainda sob o impacto do enfrentamento da maior crise natural de nossa geração, iniciamos 2022 com a esperança de virada rumo à reconstrução. O ano inspira e mobiliza cada um de nós, brasileiros, a contribuir para viabilizar mudanças e avanços de que o país necessita. Convivemos com a pobreza, o racismo, a exploração predatória do nosso patrimônio natural —quem sabe este ano do bicentenário da independência não seja o momento para nos reerguermos e concluir nossa autonomia, mais próximos de uma nação inclusiva, justa, democrática e com futuro.

Uma das lições da pandemia foi ter mostrado ao mundo a importância dos investimentos em ciência. Os imunizantes salvaram a vida de cerca de 1 milhão de brasileiros; no mundo, foram poupados 20 milhões de vidas, segundo estudo do Imperial College de Londres publicado na revista The Lancet.

A pandemia ajudou a acelerar a transformação digital e criou um cenário que continuará a incentivar a inovação e a adoção de novas tecnologias, verdadeiro salto quântico nos processos de gestão e produção e nos hábitos de consumo. Eis um futuro em que o Brasil precisará se inserir.

 A despeito das descontinuidades determinadas pelo colapso do sistema de financiamento, a competência científica já instalada entre nós, a infraestrutura de apoio à pesquisa, os ecossistemas de inovação e sua rica diversidade agregam talentos que nos credenciam a trilhar um novo caminho. Enquanto a ciência se apresenta como uma peça-chave nesta reconstrução, a educação é o pilar fundamental para estabelecer uma política de Estado que combata a desigualdade.

No Brasil, o acesso à educação, à ciência, à tecnologia e à inovação é um direito dos cidadãos, conforme estabelece a Constituição Federal. No entanto, apesar de em geral serem bem escritas e proporcionarem avanços para a sociedade, as leis nem sempre são cumpridas, emperrando o funcionamento das políticas públicas e gerando instabilidade nas instituições. Cumprir as leis é um excelente ponto de partida a ser superado nesta virada rumo à reconstrução do país.

Veja o texto na íntegra: Folha de S. Paulo

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