A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) encaminhou no dia 8 de agosto aos senadores da República, deputados federais e presidentes de associações e sociedades científicas a moção solicitando “investimento para produção de radiofármacos nacionais no Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)”. O documento foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Geral Ordinária de Sócios da SBPC, reunida no dia 28 de julho, durante sua 74ª Reunião Anual, realizada na Universidade de Brasília (UnB), em Brasília.
Segundo a moção, a aplicação social do RMB, com a utilização de radiofármacos tanto para o diagnóstico como para uso terapêutico na medicina nuclear, proporciona cerca de 2 milhões de procedimentos por ano no Brasil. A entidade cita no documento que “os radioisótopos, que viabilizam a produção dos radiofármacos, são produzidos, em sua maioria, em reatores nucleares de pesquisa dedicados. No entanto, os reatores de pesquisa existentes no Brasil não têm capacidade para produção em larga escala, o que impõe a importação dos radioisótopos, acarretando forte dependência do País em relação aos fornecedores estrangeiros. Em 2009, a crise mundial de fornecimento do radioisótopo molibdênio-99 – utilizado na produção de geradores de tecnécio-99m, que são utilizados em mais de 80% dos diagnósticos – mostrou a vulnerabilidade do Brasil em atender os mais de cinco mil procedimentos/dia. Essa crise se repete a cada vez que há um movimento mundial de escassez desse material.”
A entidade afirma ainda que “o empreendimento RMB disponibilizará ao País um reator nuclear de pesquisa multipropósito e toda infraestrutura de laboratórios e instalações para atender às necessidades relativas à produção crescente de radioisótopos de aplicação médica, além de propiciar inovação tecnológica e contribuir para a formação de recursos humanos especializados. Os laboratórios do RMB terão caráter nacional, disponíveis para a comunidade científica do País. Também deverá ser um laboratório nacional complementar ao Laboratório Nacional de Luz Síncrotron de Campinas em relação à utilização de feixes de nêutrons.”
A moção é endossada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN), Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE) e Sociedade Brasileira de Física (SBF).
Confira aqui o texto da moção.
Jornal da Ciência