A história institucional da ciência é recente. Mesmo em países com maior tradição cientifica, somente nas últimas décadas algumas das mais importantes instituições científicas começaram a ser estudadas de forma sistemática. No Brasil, a presença de instituições científicas já estava registrada nos anos 1970. No entanto, foi somente a partir da década de 1980 que se desenvolveram, de forma significativa, estudos sobre o processo de implantação de atividades científicas. Isso é o que discute artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura: 200 anos de ciência e tecnologia no Brasil.
Segundo Maria Amélia M. Dantes, professora aposentada do Departamento de História da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), a mudança que ocorria na historiografia da ciência e que apontava para uma valorização da história social foi fundamental para seu desenvolvimento. Também, na segunda metade do século XX, as ciências e tecnologias ganharam grande destaque nas políticas estatais, o que estimulou a formação de estudiosos – filósofos, historiadores, sociólogos – destas áreas do conhecimento.
A pesquisadora também aponta que as sociedades científicas foram fundamentais para a institucionalização da ciência e para o desenvolvimento científico no país. Para ela, o estudo das instituições científicas tem contribuído para a valorização do patrimônio científico brasileiro, seus acervos documentais e bens edificados.
“Podemos dizer que a História da Ciência é hoje uma área acadêmica institucionalizada no Brasil, contando com espaços de pesquisa e de formação de pesquisadores e reconhecimento pela academia e pelas agências de financiamento”, explica Dantes, em artigo para a revista.
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