Baixo investimento em pesquisa e pouca estrutura limitam desenvolvimento de vacina no Brasil

Universidades recorrem a parcerias e até vaquinhas online para avançar em pesquisas; situação obriga País a ficar na fila global de insumos. Para o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, diminuição do investimento em ciência e pesquisa é obstáculo também à atuação de profissionais brasileiros altamente qualificados

“Em uma nova emergência, nós vamos ficar à míngua em relação à vacina. Foi o que aconteceu com a covid-19. Entramos em uma fila global para conseguir insumos.” O alerta é do virologista Flávio Guimarães da Fonseca, coordenador do Centro de Tecnologia em Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que trabalha no desenvolvimento de imunizantes para doenças como covid e varíola dos macacos. A preocupação é compartilhada por outros cientistas e pesquisadores de vacinas ouvidos pelo Estadão, que defendem a necessidade de investir na produção local de vacinas e retomar o caminho da autossuficiência.

À frente da primeira vacina totalmente brasileira contra covid, Fonseca aliou-se à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para chegar ao estágio atual do imunizante, que começou a ser testada em humanos nesta sexta-feira, dia 25. Mas ele reconhece que suas pesquisas se beneficiaram da urgência imposta pela pandemia, enquanto o desenvolvimento de imunizantes para combater outras doenças segue em passos lentos por falta de equipamentos e incentivo aos profissionais. “A UFMG foi extremamente impactada pela falta de investimento. Tenho colegas, que trabalham com leishmaniose, doença de Chagas e outros vírus, que estão trabalhando com escassez”, lamenta.

Leia na íntegra: Estadão

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