Com o intuito de fortalecer o desenvolvimento científico de Rondônia, Renato Janine Ribeiro e Cláudia Linhares Sales, respectivamente, presidente e secretária-geral da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), se reuniram com representantes de instituições científicas do Estado no dia 1º de fevereiro. O encontro foi realizado no Instituto Federal de Rondônia (IFRO), em Porto Velho.
Articulado por Estevão Rafael Fernandes, da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e representante regional da SBPC no Estado, o encontro reuniu também Artur de Souza Moret, da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Unir; Dany Roberta Marques Caldeira, da Pró-Reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Instituto Federal de Rondônia; Deusilene Souza Vieira Dall’Acqua, vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz/RO; Edslei Rodrigues de Almeida, reitor do Instituto Federal de Rondônia; Marília Lima Pimentel Cotinguiba, da Pró-Reitora de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis da Unir; Najla Benevides Matos, vice-coordenadora de Pesquisa da Fiocruz/RO; Pedro Abib Heckthauer, diretor administrativo da Faculdade Católica de Rondônia; e Rafael Ademir Oliveira de Andrade, professor pesquisador da Faculdade Católica de Rondônia.
Na reunião, Janine Ribeiro e Linhares propuseram reativar a Secretaria Regional da SBPC em Rondônia, cujas atividades foram encerradas em 2002, sugestão que foi recebida com entusiasmo pelos participantes, segundo relato dos diretores. “A receptividade dos representantes das instituições foi muito animadora. Eles perceberam que uma Secretaria Regional no Estado pode catalisar uma soma de esforços para estruturar e fortalecer o sistema de ciência, tecnologia e inovação local, além de criar oportunidades para a cooperação entre as instituições desse ecossistema. Além disso, perceberam a importância de uma Secretaria Regional para a capilaridade e efetividade das atividades de divulgação e popularização da ciência da SBPC, que muito podem beneficiar a sociedade local”, afirma Linhares.
Segundo Janine Ribeiro, as Secretarias Regionais da SBPC contribuem para que as comunidades acadêmicas locais se organizem na divulgação científica, amplifiquem as ações da entidade, além de atuarem na defesa do interesse do conhecimento, da ciência e da educação. “Reativar a Secretaria Regional da SBPC em Rondônia depois de 20 anos é uma questão decisiva, porque precisamos estar presentes em todos os estados brasileiros. E Rondônia necessita uma militância maior, haja vista que é um dos poucos estados do Brasil que não conta com uma universidade estadual. Além disso, as verbas destinadas à Fundação de Amparo do Estado são escassas”, comenta.
O presidente da SBPC conta ainda que a visita teve também o mérito de impulsionar o estabelecimento de um diálogo mais frequente entre as principais instituições de pesquisa do Estado.
Fernandes, representante regional da SBPC em Rondônia, salienta que discutir como concentrar esforços no avanço da ciência em ações conjuntas é fundamental para os representantes rondonienses e, por isso, o encontro com a SBPC foi muito significante. “Sabemos que podemos contribuir. Temos instituições de ponta, um conhecimento vasto da região sul-amazônica e de seus vários povos, estamos em uma região estratégica no centro da América do Sul e próxima a países como Bolívia e Peru”, comenta.
Quanto à proximidade da SBPC, Fernandes ressalta que é de extrema importância criar essa parceria com a entidade mais representativa do País e que luta pelo progresso da ciência e da educação no Brasil. “Sabemos que a SBPC possui uma vasta experiência no avanço da democracia, mas também, nas lutas políticas importantes no Brasil desde sua fundação. Temos certeza de que a SBPC dá peso e respaldo às várias demandas que temos, neste momento do País, da Amazônia e de nosso Estado”, comenta.
Para Fernandes, a covid deixou claro como a ciência é parte importante no cenário político, sem que isso signifique partidarizar-se. “Sofremos muito com a pandemia, sobretudo por conta do negacionismo levado às últimas consequências. Por isso, essa reunião pretende ser um marco de integração dessas entidades entre si e com a SBPC, voltado para essa mudança orientada de postura diante da pesquisa, da ciência e da inovação. Não cabe aos cientistas ficarem relegados a seus laboratórios ou em frente a seus computadores, enquanto a realidade do mundo se desenrola lá fora. Não há um ‘lá fora’, e essa talvez tenha sido, da pior maneira possível, a tomada de consciência de várias pessoas que produzem saber científico no país”, afirma.
Vivian Costa – Jornal da Ciência