O isolamento social e a vivência da morte de pessoas queridas causada pela covid-19 levaram a uma piora dos indicadores de saúde mental da população como depressão, ansiedade e tentativas de suicídio. O agravamento destes sintomas encontrou os brasileiros em geral em um momento de retrocesso nas políticas públicas de tratamento psicossocial, após cinco anos de ataques à Política Nacional de Saúde Mental (PNSM).
A saúde mental é uma das abordagens da reportagem de capa da nova edição do Jornal da Ciência especial que tem como assunto geral a saúde pública. Psicanalistas e psiquiatras falam das tentativas de desmonte da PNSM por políticos e religiosos, donos das chamadas comunidades terapêuticas, em uma reação a décadas de avanços e conquistas dos movimentos sociais em torno da luta antimanicomial.
Um dos pioneiros nessa luta é o psiquiatra e pesquisador da Fiocruz, Paulo Amarante. Em entrevista ao podcast “O Som da Ciência”, Amarante afirma que a pandemia pode ter agravado uma situação que já vinha se deteriorando no contexto da piora das condições de vida da população. Não só no Brasil, mas em todo mundo.
Um dos fundadores e presidentes da Associação Brasileira de Saúde Mental e participante do grupo de trabalho em saúde mental da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Amarante critica o que ele chamou de “patologização” da sociedade, ou seja, uma tendência a tratar como transtorno mental o que na verdade é o sofrimento das pessoas com a deterioração das condições de vida, em especial o aumento do desemprego, a ausência de políticas de bem estar social, de acolhimento, de saúde e a falta de perspectivas.
A reportagem completa sobre Saúde Pública está na nova edição do Jornal da Ciência, disponível para download gratuito. A entrevista de Amarante é exclusiva para os ouvintes do podcast.
“O Som da Ciência” trata de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação e assuntos relacionados. É produzido pela equipe de Comunicação da SBPC, que também assina o roteiro, design de som e edição e pode ser ouvido nas principais plataformas – Anchor, Spotify, Radio Public, Stitcher, TuneIn, Amazon Music e Apple.
Janes Rocha – Jornal da Ciência