27/03/2014

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Presidente da SBPC cobra mais apoio para a pesquisa científica básica

O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 290/2013 foi aprovado quase que por unanimidade – apenas um voto contra – na última terça-feira (25) pelo Plenário da Câmara dos Deputados. A redação da PEC, porém, apresenta falhas na interpretação da presidente da SBPC, Helena Nader. A biomédica acredita que a retirada da parte que dava à ciência básica atenção prioritária do Estado arrefece o apetite para a pesquisa no Brasil. Nader argumenta ainda que a inclusão da palavra “tecnológica” no lugar de “básica” mostra uma inversão de valores, colocando a produção final como prioridade ao invés da pesquisa para o desenvolvimento de novos processos e tecnologias.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 290/2013 foi aprovado quase que por unanimidade – apenas um voto contra – na última terça-feira (25) pelo Plenário da Câmara dos Deputados. A redação da PEC, porém, apresenta falhas na interpretação da presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader.
A biomédica acredita que a retirada da parte que dava à ciência básica atenção prioritária do Estado arrefece o apetite para a pesquisa no Brasil. Nader argumenta ainda que a inclusão da palavra “tecnológica” no lugar de “básica” mostra uma inversão de valores, colocando a produção final como prioridade ao invés da pesquisa para o desenvolvimento de novos processos e tecnologias. Assim, os recursos para a pesquisa básica serão preteridos. A dirigente, no entanto, ponderou que a produção científica é uma cadeia de processos subsequentes.
“Alguns dizem, equivocadamente, que a SBPC não valoriza a tecnologia e a inovação. Isso é falso. Nossa linha é clara: sem educação, não há pesquisa científica; sem pesquisa científica, não há desenvolvimento tecnológico; sem desenvolvimento tecnológico, não há inovação. São elos consecutivos de uma mesma cadeia. Um depende do outro. Não adianta investir somente em uma parte da cadeia. É preciso investir em todas”, argumentou Nader.
Investimentos de longo prazo
A presidente da SBPC reforçou que o investimento nas pesquisas básicas é fundamental para o crescimento da economia brasileira.
“Muitos dizem, equivocadamente, que as universidades brasileiras só fazem pesquisa que não serve para nada. Eu discordo. Graças a esses trabalhos somos hoje a sétima economia do mundo. A pesquisa científica básica é condição para o desenvolvimento. É um elo fundamental de uma cadeia que começa na formação do indivíduo e beneficia a sociedade toda”, finalizou.