A crescente influência dos seres humanos no ambiente natural ao longo dos séculos conduziu a desafios globais significativos no meio ambiente, na saúde, na economia e na sociedade. Isso é o que discute artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “América Latina: Integração e Democracia”.
Numa altura em que a era planetária atravessa uma grande crise, o futuro nunca pareceu tão incerto. “Há três anos, as ‘comunidades’ estão mergulhadas numa grande incerteza: sanitária (pandemias, zoonoses), econômica (crise generalizada), política (estreitamento dos princípios democráticos), psicológica (ansiedade, medo do futuro) e moral (enfraquecimento do sentido do dever, corrupção)”, explica Alfredo Pena-Vega, professor e pesquisador em socioecologia no Instituto de Antropologia Política da École des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris.
Para o pesquisador, a humanidade se encontra em um ponto de virada decisivo na forma como entendemos e concebemos o nosso destino comum. Ele explica que as várias crises simultâneas (policrises) que estamos experienciando são também crises de sentido: “já não sabemos habitar a Terra e já não sabemos viver com ela e, sobretudo, já não temos imaginação para pensar numa outra Terra”.
A urgência das situações atuais aponta que a capacidade das sociedades humanas para darem conta das questões globais dependerá de uma capacidade geral de partilhar diagnósticos, de debater propostas e, especialmente, de assumir uma série de desafios que implicam uma série de reformas. “Essa reflexão apenas dá uma ideia da imensidão deste trabalho, das lutas, das tomadas de posse e, além disso, oculta o fato que existe realmente uma escolha: não o happy end de uma solução discursiva, mas um happy beginning através da ação, através de uma possível transformação social radical”, finaliza.
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