No início de agosto, representantes de oito países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) se reuniram para discutir o futuro do desenvolvimento sustentável da região. Os participantes, vindos da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, destacaram a importância de implementar políticas públicas para segurança alimentar e nutricional, combater o desmatamento ilegal e preservar o patrimônio genético da floresta. Também enfatizaram a inclusão dos povos originários, mulheres e amazônidas urbanos nas discussões sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Isso é o que discute reportagem da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “América Latina: Integração e Democracia”.
Também houve uma ênfase na necessidade de aprofundar as pesquisas científicas na região. Financiar pesquisas sobre mudanças climáticas foi destacado como crucial, considerando a proteção ambiental como um passo essencial no desenvolvimento econômico da Amazônia. O Brasil está liderando um projeto chamado AmazonFACE, que investigará como a floresta amazônica responde ao aumento de gás carbônico atmosférico, uma das principais causas das mudanças climáticas. Esse projeto pode influenciar as políticas públicas relacionadas às emissões de carbono e setores como agricultura, energia e transporte. “O experimento vai nos dar muitos insights de como a floresta pode se comportar e o quão resiliente ela estará às mudanças climáticas e isso reverbera em muitos setores socioeconômicos na região”, explica David Lapola, coordenador do programa AmazonFACE.
Além das pesquisas científicas, abordagens antropológicas também estão sendo empregadas. O projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, conduzido pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), envolve comunidades tradicionais na criação de mapas da região, fortalecendo sua capacidade de proteger seus territórios contra desmatamento e outras ameaças. “O nosso projeto cria condições das pessoas produzirem seus próprios mapas. Esses mapas podem ser – e têm sido – elementos de defesa e de força para garantir territórios e para denunciar desmatamentos, queimadas e devastação em tempo real”, explica Alfredo Wagner, professor da UFAM e coordenador do projeto.
A colaboração entre países da Pan-Amazônia é considerada essencial para o progresso dessas agendas, e o aumento do apoio às instituições científicas locais é uma prioridade para garantir o desenvolvimento sustentável na região. Não só as colaborações são necessárias para o avanço das pautas de desenvolvimento sustentável, como é importante garantir que as instituições científicas e os profissionais de pesquisa da região estejam devidamente amparadas.
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