Bioma Pantanal

Artigo da nova edição da Ciência & Cultura discute da complexidade do ecossistema à conservação, restauração e bioeconomia

WhatsApp Image 2023-11-27 at 14.02.19O Pantanal, um dos biomas mais singulares do planeta, estende-se por aproximadamente 179.300 km², abrangendo o Brasil (78%), Bolívia (18%) e Paraguai (4%). Sua maior parte está concentrada nos estados brasileiros de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo este último responsável por 65% da área brasileira. Este vasto ecossistema é notável por suas estações bem definidas, alternando entre períodos de seca e chuva, e marcado pelo pulso de enchentes que impacta as comunidades e a ciclagem de nutrientes. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que tem como tema “Biomas do Brasil”.

Recentemente, o Pantanal tem enfrentado desafios significativos, incluindo incêndios de grandes proporções associados a mudanças climáticas e práticas pecuárias. Essa região abriga uma biodiversidade excepcional, com mais de 2.000 espécies de plantas e uma variedade impressionante de animais, destacando a necessidade urgente de medidas para sua conservação. Além de sua riqueza natural, o Pantanal guarda segredos químicos valiosos. Plantas e microrganismos desenvolveram adaptações notáveis para sobreviver às condições extremas do bioma, oferecendo possíveis soluções para o desenvolvimento de produtos, combate a doenças e compreensão de fenômenos ecológicos.

O Pantanal não é apenas um tesouro natural, mas também um laboratório vivo para pesquisas. A complexidade de suas paisagens, a alternância de ciclos de seca e chuva, e a convivência de comunidades humanas oferecem um campo fértil para estudos ecológicos. No entanto, a conservação biocultural, que reconhece a interconexão entre a natureza e as comunidades locais, deve ser incorporada às políticas públicas. “As demandas relacionadas à conservação do Pantanal devem incluir a preservação do patrimônio biocultural, incluindo tanto à conservação da biodiversidade quanto à manutenção das populações humanas e seus modos de vida”, pontuam os autores do artigo.

A relação entre a biodiversidade do Pantanal e as comunidades humanas é intrínseca. Populações indígenas e tradicionais mantêm conhecimentos ancestrais sobre a flora e fauna, contribuindo para a preservação do patrimônio biocultural. No entanto, desafios como a implementação de Unidades de Conservação que excluem populações humanas exigem uma abordagem mais integrada nas políticas de conservação. “Os conhecimentos tradicionais e os científicos andam lado a lado e se complementam para estudarmos a biodiversidade e a sociedade”, defendem os autores. A preservação do Pantanal, com sua diversidade única, exige a colaboração entre conhecimentos tradicionais e científicos. Iniciativas como o programa de valorização das plantas alimentícias nativas não apenas promovem a conservação, mas também enriquecem a qualidade de vida das comunidades locais.

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