Desafios para o enfrentamento da crise ambiental da Amazônia

Região é peça-chave no equilíbrio climático global e na conservação de parte relevante da biodiversidade mundial. Leia em artigo da nova edição da Ciência & Cultura

WhatsApp Image 2023-12-12 at 09.19.27A ciência tem reiterado a urgência de priorizar a agenda ambiental no contexto do desenvolvimento do Brasil, especialmente diante da crescente crise climática, perda de biodiversidade e a necessidade de adotar práticas econômicas mais sustentáveis. A região central nessa discussão é a Amazônia, que, apesar de ter sido historicamente negligenciada, assume agora um papel crucial no equilíbrio climático global e na preservação da biodiversidade mundial. Isso é o que discute artigo da nova edição da revista Ciência & Cultura, que tem como tema “Biomas do Brasil”.

A trajetória de ocupação da Amazônia tem sido marcada por um modelo de desenvolvimento que favorece a rápida expansão de infraestrutura e os interesses do agronegócio, resultando em desmatamento, conflitos fundiários e tensões com comunidades tradicionais. Embora o Brasil tenha alcançado uma redução significativa no desmatamento entre 2004 e 2012, as metas ambiciosas estabelecidas no Acordo de Paris enfrentam desafios devido à diversidade de projetos geopolíticos para a região. “Mesmo com todos os esforços empreendidos com políticas e ações contra o desmatamento da floresta amazônica, o Brasil está muito longe de alcançar o desmatamento zero proposto 18 anos atrás”, alerta a ecóloga Ima Célia Guimarães Vieira, pesquisadora titular do Museu Paraense Emilio Goeldi e assessora da presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A pesquisadora destaca a necessidade de uma governança robusta, integração com vários setores, valorização do capital humano local e dos conhecimentos das comunidades. O desmatamento, embora visível, é apenas uma parte do problema, sendo crucial abordar a degradação florestal, promover a bioeconomia e buscar estratégias participativas que respeitem as comunidades tradicionais. “A abordagem de bioeconomia mais apropriada à Amazônia está fortemente baseada no conhecimento e manejo da biodiversidade das florestas praticados há séculos pelas populações tradicionais”, afirma.

Ima Vieira também enfatiza a importância das áreas protegidas na redução do desmatamento, propondo a destinação de terras públicas não destinadas para a criação de novas áreas protegidas. A legislação recente traz esperança ao restringir a destinação dessas áreas a categorias que promovam a conservação. No entanto, o desafio persiste, e estratégias inovadoras, como a bioeconomia baseada no conhecimento tradicional, são necessárias. “Há urgência de políticas que controlem o desmatamento e combatam a degradação florestal na região”, conclui.

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