Não é para o futuro. Problemas cardiovasculares já estão sendo, agora, agravados pelas altas temperaturas e o ar irrespirável da poluição atmosférica somada com a fumaça dos incêndios florestais. Se até 10 anos atrás a sinergia de efeitos danosos atingia mais as pessoas acima de 60 anos, hoje já atinge pessoas abaixo dos 50, anos que vão a óbito por impactos no sistema cardiovascular por conta das altas temperaturas.
O alerta é de Sandra Hacon, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP-Fiocruz). Representante do Brasil no Grupo de Trabalho do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) referente ao Programa de Monitoramento da Implementação da Convenção de Estocolmo, Hacon trabalha na região Norte onde desenvolve suas pesquisas e orienta mestrandos e doutorandos. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Ciência, ela fala dos impactos das mudanças climáticas sobre a saúde e as adaptações necessárias ao convívio com um novo patamar de temperatura ambiente.
Janes Rocha – Jornal da Ciência