O mundo ainda não foi capaz de reduzir suas emissões de carbono. Olhemos ao nosso redor: sequer chegamos ao 1,5°C de aquecimento e a contabilidade de perdas humanas e de infraestruturas é estarrecedora. E notemos que a curva nos gráficos de emissões de carbono dos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) continua ascendente e, a despeito de alertas dos cientistas, de organizações como a ONU e até do papa Francisco, o mundo segue a caminho dos 3°C de aquecimento.
É preciso falar sobre essas questões, e isso não tem qualquer relação com catastrofismo, ou com a intenção de alastrar o pânico. Os dados sobre o aquecimento global estão bem estabelecidos pela ciência e não há controvérsia alguma em torno dessas questões. Ocorre, no entanto, que evitamos pensar no que é desagradável e, por isso, e neste caso especialmente, a forma como planejamos nosso futuro acaba diretamente impactada. O que quero discutir aqui é como pensamos sobre o futuro, principalmente quando o custo emocional disso é muito alto. Mais do que nunca, literalmente, precisamos pensar no futuro de maneira melhor e mais eficiente do que fizemos no passado.
Janes Rocha – Jornal da Ciência