Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos, pesquisadora do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC/MCTI) e diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), será agraciada com a medalha AB3C edição 2024, da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C), em reconhecimento a sua atuação na difusão, popularização e pesquisa em Bioinformática no Brasil. A cerimônia de entrega será no dia 11 de junho, durante a Conferência Brasileira de Bioinformática, também conhecida como X-Meeting.
Para Vasconcelos, a medalha mais que um reconhecimento pela sua trajetória profissional, reforça a importância da pesquisa da bioinformática e da biologia computacional no Brasil. “Fiquei muito feliz e emocionada porque é um reconhecimento muito grande. É uma alegria de ter podido contribuir para o desenvolvimento da bioinformática e da biologia computacional aqui no Brasil”, afirma.
A pesquisadora lembra que esse reconhecimento só é possível porque ela teve bons cientistas no seu caminho. “Esse reconhecimento não é só meu. Preciso reconhecer que contei com a inspiração e a determinação de bons cientistas. Um deles foi o Darcy Fontoura de Almeida, presidente de honra da SBPC (falecido em 6 de março de 2014). Ele foi a pessoa que me orientou no início de tudo, que teve a ideia de começar todo esse trabalho aqui no País. O outro é o Marco Antonio Raupp, ex-diretor do LNCC e também presidente de honra da SBPC (falecido em 24 de julho de 2021). Ambos me incentivaram muito e deram as condições para a gente desenvolvesse a área no País. É uma área nova no mundo todo e eu estava no lugar certo, com as pessoas certas e no momento certo. E sendo jovem e com coragem fui aceitando os desafios, fui tocando, fazendo muitos cursos, da formação de recursos humanos, o que acredito que me ajudou nessa contribuição ao LNCC. É uma felicidade muito grande ver a sociedade que a gente criou há muito tempo atrás, com jovens trabalhando, incentivando a pesquisa e o desenvolvimento nessa área no Brasil”, completa.
Vasconcelos possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Ciências Biológicas (Genética) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pós-doutorado Universidade do Texas – MD Anderson Cancer Center, Estados Unidos. Foi professora visitante na Université Claude Bernard Lyon 1, LYON I, França (2010-2011). É pesquisadora do Laboratório Nacional de Computação Cientifica (LNCC/MCTI) onde coordena o Laboratório de Bioinformática (LABINFO) e a Unidade Genômica Darcy Fontoura de Almeida. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Ela já foi conselheira da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2015-2019) e fez parte da Diretoria da SBPC no período 2021-2023 como segunda tesoureira. Foi vice-presidente da Associação Interciência para o Progresso da Ciência na América (2020-2023), onde organizou uma série de debates com representantes de mais de 16 países da América em temas tais como o panorama da covid-19 na América e sobre Meio Ambiente. É cientista do Estado do Rio de Janeiro e pesquisadora 1A do CNPq e foi membro do CA de Genética do CNPq.
Ela também coordenou o primeiro projeto Genoma de abrangência nacional e teve papel primordial para a consolidação da genômica e bioinformática no Brasil. Em 2008, criou a Unidade de Genômica Computacional Darcy Fontoura de Almeida, e em 2015 criou a Rede Nacional de Bioinformática que disponibiliza softwares de interesse da comunidade científica. Participa ativamente da formação de recursos humanos promovendo cursos de abrangência nacional e internacional.
Em comunicado, o LNCC ressaltou que “Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos se destaca como figura proeminente na área de Bioinformática no Brasil, ostentando um histórico notável de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e formação de recursos humanos. Seu papel na fundação e desenvolvimento da bioinformática no Brasil é inegável. Sua liderança foi crucial na criação do Laboratório de Bioinformática (Labinfo) no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e foi uma das fundadoras e primeira presidente da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional (AB3C), contribuindo significativamente para a consolidação da área no Brasil. Sua visão estratégica e capacidade de engajar a comunidade científica foram essenciais para o crescimento da bioinformática no País”.
Vivian Costa – Jornal da Ciência