As mudanças climáticas extremas em todo o mundo, incluindo o Brasil, sublinham a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEEs), majoritariamente originadas da produção e uso de combustíveis fósseis. Isso é o que discute artigo da nova edição da Ciência & Cultura, que traz como tema “Mudanças climáticas e a transversalidade do conhecimento”.
O caminho para a descarbonização da economia é conhecido e, atualmente, mais viável economicamente. O foco recai sobre a rápida disseminação de tecnologias de baixo carbono e maior eficiência energética, exigindo transformações na infraestrutura, regulamentação, sistema financeiro e nos comportamentos de investidores e consumidores. No entanto, a transição energética vai além da simples substituição de fontes de energia: implica em uma transformação abrangente que considera oportunidades e impactos no desenvolvimento econômico, social e ambiental. “O Brasil possui características particulares de disponibilidade de recursos naturais que lhe oferecem grandes oportunidades para realizar essa transição energética de maneira exemplar”, explica Gilberto de Martino Jannuzzi, professor de Sistemas Energéticos da Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pesquisador Sênior do Núcleo de Planejamento Energético NIPE (Unicamp).
Essa mudança, no entanto, traz desafios como a dependência de fontes renováveis, que introduz novas vulnerabilidades, incluindo a influência das mudanças climáticas sobre padrões de pluviosidade, ventos e insolação. O Brasil, que já enfrentou crises elétricas, deve agora buscar soluções que garantam segurança energética sem depender de fontes fósseis, integrando melhor as energias renováveis com o setor de transporte e comunicação. “A transição que se busca deve atender às crescentes demandas e maior acesso aos serviços de energia para a população, de modo a garantir sustentabilidade ambiental, inclusão de gênero, geração de emprego e custos finais acessíveis”, alerta Gilberto Jannuzzi.
Além disso, o país precisa considerar a importância econômica do setor de petróleo e gás, que contribui significativamente para as emissões. A transição energética no país exige a participação desse setor, que representa uma parcela significativa da economia, especialmente ao nível local e estadual. Embora o país tenha assumido compromissos internacionais, como a neutralidade de carbono até 2050, será necessário inovar em políticas públicas para transformar mercados e alcançar uma transição justa e sustentável. “Transição energética agrega novas dimensões especialmente relevantes para atender e estender os benefícios de serviços de energia para os mais diversos setores da economia, da população e regiões”, finaliza Gilberto Jannuzzi.
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