SBPC lamenta morte do físico Ramayana Gazzinelli

Pioneiro e protagonista no desenvolvimento da física experimental em Minas Gerais, ele era sócio da entidade desde 1954 e foi conselheiro por dois mandatos (1969-1973 e 1977-1981)
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Foto: Carol Prado /UFMG

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) manifesta profundo pesar pelo falecimento, nessa segunda-feira, 2 de setembro, de Ramayana Gazzinelli, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e um dos fundadores da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).  Além de pioneiro e protagonista no desenvolvimento da física experimental em Minas Gerais, Gazzinelli era sócio da SBPC desde 1954 e foi membro de seu Conselho por dois mandatos (1969-1973 e 1977-1981).

Nascido em 7 de julho de 1933 em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Ramayana Gazzinelli completou o curso primário em Belo Horizonte, onde fez também o secundário e a universidade. Formou-se em 1956 em Engenharia Civil pela UFMG e, em 1958, especializou-se em Engenharia Nuclear. Cursou mestrado (1962) e doutorado (1964) em Física na Universidade Columbia, de Nova York.

Ramayana Gazzinelli participou ativamente da vida institucional da UFMG. Ele integrou os órgãos colegiados superiores da Universidade (conselhos Universitário e de Ensino, Pesquisa e Extensão), coordenou a pós-graduação em Física, da qual foi um dos fundadores, e chefiou o Departamento de Física. Professor titular desde 1974, recebeu, em 1990, o Prêmio Fundep. Aposentou-se em 1995 e foi agraciado com o título de professor emérito da UFMG.

Paulo Sérgio Lacerda Beirão, professor emérito da UFMG, ex-conselheiro da SBPC (de 2001 a 2005; e de 2007 a 2011) e ex-presidente da Fapemig, também lamentou a morte do físico. “O professor Ramayana deixa um enorme legado para a ciência e para a educação superior brasileiras. Muitas das coisas que ele fez estão escritas no seu currículo, mas não está registrada a paixão com que ele se dedicava a essas causas. Como exemplo, essa paixão e essa dedicação foram fundamentais para a criação da Fapemig”, disse em entrevista ao Jornal da Ciência.

Na Fapemig, Gazzinelli ocupou uma vaga como membro do Conselho Curador por seis anos, ao lado de outros pesquisadores mineiros que marcaram nossa história como Zigman Brener, Marcos Luiz dos Mares Guia e Wilson Teixeira Beraldo, lembrou a Fundação, em nota. “Toda a comunidade da Fapemig se solidariza com a família do professor Ramayana Gazinelli, um dos nossos fundadores, que deixa um importante legado para Minas Gerais”, declarou o presidente da Fapemig, Carlos Arruda.

Francisco César de Sá Barreto, também professor emérito da UFMG e ex-conselheiro da SBPC (1987 a 1991; e de 1997 a 2001), ressaltou a importância do físico e amigo para a Universidade e para todo o país. “Ramayana Gazzinelli foi uma pessoa muito importante para a Educação e Ciência do nosso país. Honesto, responsável e atuante construiu várias ações importantes, principalmente na UFMG. Criou e coordenou o primeiro mestrado da UFMG, em 1966, participou da reforma universitária da mesma universidade, antes daquela realizada pelo MEC. Perde o país, perde a UFMG, perde a Física, enfim perdemos todos.”

Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG, disse em nota publicada pela universidade que Ramayana Gazzinelli foi uma das pessoas mais influentes na história da instituição. “Ele nos deixou um legado muito importante e levou o nome da nossa universidade para vários lugares do mundo. A UFMG deve muito a ele, e o seu legado será honrado”, afirmou.

Ramayana Gazinelli tinha 91 anos e há alguns anos lutava contra o Alzheimer. Ele foi velado nessa terça-feira, 3 de setembro, no Cemitério do Bonfim (capela 1), onde foi sepultado.

A SBPC se solidariza aos amigos, familiares e entes queridos de Ramayana Gazinelli neste momento de tristeza.

Jornal da Ciência, com informações da UFMG