Correndo mais devagar do que o leão

Reportagem da nova edição da Ciência & Cultura discute o que o mundo – e o Brasil – está fazendo para proteger o clima e barrar o avanço dos impactos das mudanças climáticas

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Os dados sobre o aquecimento global são cada vez mais alarmantes. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), 2023 foi o ano mais quente já registrado, com a temperatura média global anual se aproximando perigosamente do limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Esse aumento é significativo porque, em 2015, o Acordo de Paris estabeleceu esse limite como um ponto de inflexão: aquecer o planeta além desse patamar pode resultar em consequências catastróficas e irreversíveis para o clima global. Isso é o que discute reportagem da nova edição da Ciência & Cultura, que traz como tema “Mudanças climáticas e a transversalidade do conhecimento”.

A batalha para conter o superaquecimento da Terra teve seu marco inicial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (RIO92), uma das maiores reuniões de chefes de estado da história. Na ocasião, a “Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima” ressaltou a urgência de impedir a elevação da temperatura média global, baseando-se no princípio da precaução. No entanto, ao analisar os 30 anos que se seguiram, Sérgio Besserman Vianna, presidente do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, critica o ritmo lento das ações climáticas. Ele compara a situação a uma corrida desesperada: “Estamos correndo menos do que o leão. Muito menos do que o necessário foi feito nesses últimos 32 anos, e nós estamos caminhando para uma situação extraordinariamente difícil”.

Uma das maiores esperanças na luta contra as mudanças climáticas reside nas florestas. Essas áreas verdes desempenham um papel vital ao absorver e armazenar carbono, ajudando a regular o clima global. Proteger esses habitats é essencial para reduzir a concentração de GEE na atmosfera. “Existe uma relação intrínseca entre os modos de vida de uma população e as condições ambientais e climáticas. Quando conseguimos fazer o restauro produtivo da floresta e trazer de volta serviços ecossistêmicos que foram sendo perdidos por conta dessa degradação, é possível conter a incidência de enchentes e o impacto direto na infraestrutura, tanto no meio rural como nas cidades”, explica Patricia Pinho, diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Além disso, a agricultura, que tradicionalmente é vista como uma grande emissora de carbono, pode se transformar em uma aliada na mitigação das mudanças climáticas. Para isso, é necessário adotar práticas de produção sustentáveis que aumentem o sequestro de carbono no solo. Em um momento em que o planeta se aproxima de um ponto crítico, é imperativo acelerar a implementação de soluções eficazes. “O mundo precisa de uma sociedade civil planetária e de formas de governança global com capacidade de traduzir as metas em uma execução programada com custo elevado para quem se retirar do processo”, conclui Sérgio Besserman.

Leia a reportagem completa:

https://revistacienciaecultura.org.br/?p=7011

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