Faperj não pode ser moeda de troca

“Exoneração do presidente da fundação, que tanto contribui para o protagonismo do Rio na área, atende a interesses partidários”, afirmam Helena Bonciani Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências, e Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em artigo para O Globo

A comunidade científica brasileira está chocada diante das mudanças anunciadas na direção da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), entidade que tanto contribui para o protagonismo fluminense na área científica. Seu presidente, Jerson Lima da Silva, pesquisador que, além das inúmeras contribuições nos estudos contra o câncer, dedicou parte da carreira à gestão da ciência no estado, está sendo exonerado a fim de atender a interesses meramente partidários. Sentimo-nos, por isso, no dever de alertar as sociedades fluminense e brasileira sobre a importância de preservar um patrimônio construído laboriosamente em benefício do estado e do país.

Antes de mais nada, sabem, ou devem saber, os governantes que a pesquisa científica não é realizada para o bem dos cientistas, mas de toda a sociedade. A economia atual depende cada vez mais do conhecimento rigoroso, gestado em laboratórios e grupos de pesquisa. Por isso o investimento na ciência — tal como realizado pelas fundações de amparo à pesquisa nos vários estados — é elemento precioso para o futuro das populações, tanto para a produtividade econômica quanto para as boas políticas sociais. Por isso mesmo, lá onde o crescimento é maior, a ciência fica acima das controvérsias partidárias, como se vê nos casos de Estados Unidos e China.

Veja o texto na íntegra: O Globo

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