A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) encerrou, à meia-noite de 7 de novembro, as inscrições para a 6ª edição do Prêmio Carolina Bori Ciência & Mulher – Meninas na Ciência com um resultado impressionante. Ao todo, foram recebidas 765 inscrições válidas, representando um aumento de 71,5% em relação à edição anterior, em 2022. Este salto expressivo reforça o reconhecimento e a importância do prêmio, que busca inspirar e premiar jovens cientistas em início de carreira.
Esta edição foi dedicada às “Meninas na Ciência”, uma categoria criada para incentivar estudantes do Ensino Médio e da Graduação que demonstram talento e interesse em seguir na área científica. Com 166 inscrições de alunas do Ensino Médio e 599 de estudantes de Graduação, a distribuição das candidaturas abrangeu todo o Brasil: Sudeste (392), Sul (152), Nordeste (115), Centro-Oeste (69) e Norte (37). As inscrições permaneceram abertas de 2 de setembro a 7 de novembro, atraindo estudantes nas áreas de Biológicas e Saúde (276), Engenharias e Ciências da Terra (249) e Humanidades (165).
Patrocínio e Impacto
O prêmio, promovido pela SBPC com o patrocínio da Fundação Conrado Wessel, do Instituto Serrapilheira e da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), oferecerá R$ 7 mil para cada vencedora do Ensino Médio e R$ 10 mil para as alunas da Graduação. Além do valor em dinheiro, as seis ganhadoras serão premiadas com uma série de oportunidades para expandir suas carreiras científicas: elas apresentarão seus projetos na 77ª Reunião Anual da SBPC, em julho de 2025, em Recife (PE), e participarão de uma mentoria exclusiva com pesquisadores renomados, ampliando suas perspectivas acadêmicas e profissionais.
As vencedoras também serão agraciadas com uma visita ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, que abriga o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a única fonte de luz síncrotron da América Latina. Essa experiência única permitirá que as jovens cientistas conheçam de perto as tecnologias de ponta e se inspirem para seus próximos passos na ciência.
Iniciativa inspiradora e pioneira
O Prêmio Carolina Bori foi criado pela SBPC em 2019 com o objetivo de celebrar a produção científica feminina no Brasil. A premiação alterna anualmente entre as categorias “Mulheres Cientistas”, dedicada a pesquisadoras já consolidadas em suas carreiras, e “Meninas na Ciência”, que foca em jovens cientistas em formação. Esta é a terceira edição voltada às “Meninas na Ciência”, e os números confirmam o crescimento e impacto da iniciativa.
“Com esse número de quase 800 inscrições, apenas para duas categorias, vemos o quanto a SBPC é reconhecida nessa iniciativa que nós lançamos,” comemora Francilene Procópio Garcia, vice-presidente da SBPC e coordenadora do prêmio. “Esses patrocínios viabilizam uma premiação real, financeira, que vai ajudar essas meninas — que estão no começo de suas trajetórias — a estruturarem melhor seus próximos passos rumo à carreira científica. Além disso, a mentoria oferecerá o suporte necessário para que elas encontrem o caminho certo para seus sonhos,” completa.
Seleção e anúncio das vencedoras
A escolha das vencedoras será feita por uma Comissão Julgadora composta majoritariamente por cientistas mulheres, designada pelo Conselho da SBPC e composta por 15 membros, incluindo representantes da SBPC, Academia Brasileira de Ciências e das instituições apoiadoras. As vencedoras serão anunciadas no dia 20 de janeiro de 2025 nos canais da SBPC.
A cerimônia de premiação ocorrerá em 11 de fevereiro de 2025, em São Paulo, durante o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, com transmissão ao vivo pelo Canal da SBPC no YouTube.
“O sucesso desta edição do Prêmio Carolina Bori marca não apenas um recorde de inscrições, mas também um fortalecimento da presença feminina na ciência e a importância de que mais incentivos neste sentido surjam. O que vemos é que as novas gerações de cientistas brasileiras estão mais motivadas do que nunca, e isto é transformador”, concluiu Garcia.
Daniela Klebis – Jornal da Ciência