Dois estudantes gaúchos que venceram a XXVIII edição do Prêmio Jovem Cientista apresentarão seus projetos na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada entre os dias 12 e 18 de julho na sede da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. Joana Pasquari conquistou o primeiro lugar na categoria Ensino Médio e Deloan Perini, na categoria Ensino Superior.
Ambas as pesquisas abordam a segurança alimentar e nutricional, e serão apresentadas em formato de mesa-redonda, aberta a debates e perguntas, no dia 15 de julho no auditório da Expotec. Joana apresentará o detector caseiro de fraudes no leite, tipo de fraude que desde 2013 já resultou em várias operações e prisões no estado.
“O objetivo da fita Detectox é auxiliar a população a identificar e denunciar fabricantes de leite UHT adulterados. Quando a amostra do produto é colocada na fita, a reação química entre as substâncias gera cores diferentes, revelando a contaminação”, explica a estudante de São Marcos, na Serra gaúcha.
Perini mostrará como desenvolveu um sistema inovador de agricultura urbana, que oferece uma estrutura sustentável, transforma os espaços vazios da cidade e cria equipamentos públicos para uso dos cidadãos.
“Estimamos que as hortas urbanas em Erechim, onde desenvolvi o projeto, tenham capacidade para produzir 4,5 kg de alimentos por metro quadrado. Identificamos aproximadamente 13,5 mil m² de vazios urbanos, o que significa a produção de mais de 60 mil quilos por mês”, conta.
A carioca Camila Maranha, segunda colocada da categoria “Mestre e Doutor”, apresentará a avaliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), uma das políticas públicas responsáveis pela saída do Brasil do mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU). Ela explica que procurou realizar um estudo diferenciado.
“Percebemos que a maior parte das avaliações já disponíveis concentrava-se em aspectos nutricionais, não na gestão do programa. O objetivo foi fazer uma pesquisa que contemplasse a visão de quem trabalha diretamente com alimentação escolar e as características que o programa assume em âmbito municipal”, diz.
A oportunidade de apresentar os projetos a cientistas de todo o país e a participação em outras atividades que compõem a programação é um dos benefícios concedidos aos primeiros colocados do Prêmio Jovem Cientista. Os vencedores recebem ainda prêmios em dinheiro, bolsas de iniciação científica e têm a chance de participar de eventos de grande porte, como a Reunião da SBPC.
“A Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência é um grande encontro de cientistas. É o momento para interagir com a comunidade científica e ampliar conhecimentos. Além de apresentarem seus projetos a outros pesquisadores, os jovens premiados têm a oportunidade de conhecer outros trabalhos e participar de todas as atividades oferecidas pela SBPC, como minicursos e simpósios”, observa Andrea Margit, gerente de meio ambiente da Fundação Roberto Marinho, uma das instituições responsáveis pela realização do Prêmio Jovem Cientista.
“Se a ciência é um dos motores para o desenvolvimento, o conhecimento sobre ela é, indiscutivelmente, o combustível para superar desafios. Eventos que promovem a disseminação da educação científica, como a Reunião Anual da SPBC, têm um papel fundamental para ampliar os horizontes profissionais dos jovens, estimular o estudo científico no país e reconhecer as conquistas tecnológicas nacionais, criando um ambiente favorável à inovação”, comenta Pâmella De-Cnop, gerente de Responsabilidade Social da BG Brasil, parceiro do Prêmio Jovem Cientista.
(Portal AZ)