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CARTA DE VITÓRIA
A Diretoria e o Conselho da SBPC, reunida em Vitória, Espírito Santo, por ocasião de sua reunião regional sobre oceanos e clima, vem a público manifestar sua posição sobre as prioridades a serem consideradas na COP 30, que nosso País sediará em breve.
Esta conferência, realizada a convite do Brasil, em Belém do Pará, será decisiva na construção de um futuro sustentável e mais justo. Enfrentamos mundialmente, desde o ano passado, recordes preocupantes em eventos climáticos extremos, resultando em impactos socioeconômicos importantes e perda de vidas. Isso torna ainda mais urgente a implementação dos acordos firmados nas últimas décadas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e conter o aquecimento global.
Observa-se, porém, em sentido oposto, a falta de ações concretas de reduções de emissões em muitos países desenvolvidos, trazendo implicações éticas e ambientais graves. Países importantes têm abandonado ou deixado de efetivar compromissos assumidos para manter o planeta habitável para a espécie humana.
Diante dessa situação, torna-se essencial que o Brasil exerça sua liderança, considerando sua biodiversidade, bem como sua dimensão territorial e humana, para preservar os princípios do combate às mudanças climáticas, com especial atenção à transição energética, que se torna cada vez mais urgente. Nosso país é muito vulnerável às mudanças climáticas, e é urgente intensificarmos a preservação de nossos biomas e seus serviços ecossistêmicos. É essencial que o Brasil e o planeta se livrem dos combustíveis fósseis e possam construir uma sociedade mais justa e sustentável.
Por estas razões, a SBPC pede que a diplomacia brasileira, em alinhamento com os órgãos governamentais voltados ao meio ambiente e à ciência, atue com determinação para garantir a realização e o fortalecimento da agenda climática, que há anos ocupa um papel fundamental na consciência planetária, mas sem a necessária prioridade nas agendas governamentais. A Ciência brasileira tem muito a contribuir na construção de uma sociedade mais sustentável, a exemplo das recomendações feitas pela comunidade científica na 5a CNCTI.
Por fim, a SBPC reitera que não há preservação da natureza sem justiça social. Toda e qualquer proposta positiva para o meio ambiente deve também promover inclusão social, redução das desigualdades e combate às injustiças que persistem em nossas sociedades.
Vitória, 21 de fevereiro de 2025
Diretoria e Conselho da SBPC.
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Jornal da Ciência