Para o médico sanitarista Paulo Buss, diretor do Centro Colaborador para Diplomacia em Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS) não tem ganhadores.
“É perde-perde”, definiu Buss que foi presidente da Fiocruz por dois mandatos consecutivos (2001 a 2009) e representou o Brasil no “board” da OMS por oito anos. “É ruim para a OMS, para o resto do mundo e para a população dos Estados Unidos”, comentou.
Criada em 1948 por acordo internacional entre 193 países, a OMS tem várias funções, entre elas a de autoridade sanitária mundial, estabelecendo políticas globais de saúde em cooperação dos estados membros. Uma vez que doenças contagiosas e epidemias não conhecem fronteiras físicas, a cooperação internacional é fundamental.
De acordo com o boletim de atualização divulgado em fevereiro de 2025, com base em dados de dezembro 2024, a OMS está atualmente respondendo a 42 emergências classificadas em todo o mundo, sendo 17 em grau máximo.
Ao deixar a organização, os EUA perdem acesso a importantes dados de saúde pública e deixam a negociação do tratado pandêmico que está sendo negociado para um acordo sobre como agir em caso de uma nova pandemia. Também desobriga com o regulamento sanitário internacional que ajudaram a aprovar um ano e meio atrás.
Decisões do novo governo estadunidense que impactam diretamente a saúde, a educação, a ciência e o meio ambiente são o tema de capa da nova edição do Jornal da Ciência Especial que entrevistou cientistas, pesquisadores e especialistas para avaliar as medidas e as perspectivas da nova (des) ordem mundial acelerada a partir dos EUA.
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Janes Rocha – Jornal da Ciência