A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, defendeu, no decorrer da reunião do CCT, o fortalecimento da pesquisa e da infraestrututura cientifica e tecnológica com vistas ao desenvolvimento sustentável do país, dentre outros pontos.
Para fazer frente a esse objetivo, ela considerou fundamental, por exemplo, o desenvolvimento de pesquisas em áreas estratégias, medidas de conservação, recuperação e uso sustentável de biomas.
Helena lembrou que seu discurso teve como base as recomendações foram discutidas na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em maio de 2010, em Brasília. “Essa Conferência refletiu o envolvimento de toda comunidade, como acadêmicos, cientistas, toda comunidade empresarial e a sociedade civil, no que se pensa que seria importante para inovação, ciência, tecnologia para o desenvolvimento sustentável”, disse.
Na oportunidade, a presidente da SBPC elogiou o programa Ciências sem Fronteiras, mas destacou a necessidade de ajustes nesse plano, segundo o qual prevê cerca de 100 mil bolsas para estudantes no exterior, ao longo de quatro anos, a fim de ampliar o número de pessoal qualificado no país. “Esse é um programa positivo e que vai ter um impacto importante nos próximos cinco a dez anos”, declarou Helena.
Helena sugeriu também investimentos em pesquisas para o desenvolvimento de energias renováveis, ainda em rimo “tímido” no país, igualmente na química verde. Ela defendeu também investimentos em pesquisas na área de área de saúde para o desenvolvimento de equipamentos e fármacos. Além disso, manteve as críticas a multinacionais, presentes no Brasil, que não investem na área de pesquisas e desenvolvimento (P&D).
A presidente da SBPC aproveitou a ocasião para reiterar as críticas no âmbito da Lei 12.722/12, a qual reestrutura a carreira do magistério federal. “Falamos à presidenta Dilma que essa Lei vai na contramão de todos os esforços dela e dos ministérios dela de melhorar a educação, ter a educação melhor possível e a internacionalização”.
Reconhecimento – Apesar de críticas, Helena reconheceu os avanços de algumas medidas já executadas no País. É o caso da aprovação de projetos internacionais “aprovados ou vias de aprovação” no governo Dilma, como a nova fonte brasileira de luz Síncrotron. Esse projeto, segundo especialistas, deve ampliar a competitividade nacional em áreas estratégicas de pesquisa como nanociências, biologia molecular estrutural – base para o desenvolvimento de fármacos -, materiais avançados e energias alternativas.
Helena reconhece também o desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Além da importância da aprovação do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) que, segundo Helena, deve permitir o Brasil a dar um salto na área de medicina. (Viviane Monteiro – Jornal da Ciência)